Papelarias entram na área digital e diversificam vendas

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Projeto inovador instala ilhas de informática junto aos tradicionais artigos escolares e treina funcionários


Fernando Campos, proprietário da Femapel Papelaria, localizada em São Paulo, percebeu há 10 anos que se vendesse apenas artigos escolares não iria ver seu negócio crescer em plena era digital. Atento às mudanças de hábito de consumo, principalmente ligados à tecnologia, o empresário enxergou nos artigos de informática uma saída para alavancar as vendas do seu empreendimento. “As papelarias que não fizerem a migração seguem para uma tendência de morte”, destaca.

De olho nas necessidades de mudanças das papelarias é que a Golden Distribuidora, empresa de distribuição de artigos de informática, desenvolveu o projeto Ilhas de Informática Golden. Presente já em 12 papelarias, o projeto instala dentro dos estabelecimentos uma parte dedicada aos artigos de informática, além de treinamento dos funcionários para que possam realizar as vendas.

Com o projeto, ao lado das canetas, cartolinas e papéis, as papelarias oferecem produtos maiores como televisão, tablet e computadores. “No início oferecia produtos mais simples como cartuchos e hoje já ofertamos mais itens como mouse, impressoras e roteadores”, diz Campos, da Femapel. Para ele, os artigos de informática não mudam as características da papelaria. “Ainda tem espaço para todos os gostos. Mas não podemos ir contra essa tendência, já que a receita de artigos escolares ainda é baixa, cerca de 20% do total da papelaria.”

Wanderley Parizotto, diretor comercial da Golden Distribuidora, conta que o projeto surgiu no início do ano a partir de uma necessidade da empresa de ajudar na sobrevivência das papelarias. “As papelarias são responsáveis por50% dos negócios da companhia. Percebemos que tínhamos que fazer algo para ajudar essas empresas a conseguirem se desenvolver no mercado”, pontua.

De acordo com o executivo, o sucesso do projeto, que já despertou o interesse de 400 papelarias, está na proximidade de negociação entre a papelaria e os clientes. “As papelarias muitas vezes estão localizadas no bairro há vários anos, o que desperta uma confiança do cliente em comprar naquele ambiente. Além disso, tem a rapidez na compra, motivado pela proximidade com as residências”, avalia o executivo.

A Papelaria Sharpel, de Osasco, foi a primeira a aderir ainda no primeiro semestre ao projeto. “Estava bem preocupado desde que li uma matéria citando que 40% das aulas na rede pública serão digitais”, confessa Jorge Luiz Águas, gerente da Sharpel, que atende a região de Osasco, Carapicuíba e Barueri. Com 45 anos no mercado de papelaria, ele afirma que nunca viveu uma situação tão angustiante neste ramo onde a receita de papel corresponde a 22% de suas vendas, para o mercado de varejo e atacado, composto principalmente por alunos.

Para atender a necessidade das 25 mil papelarias no Brasil, Parizotto, da Golden, conta que a empresa oferece um mix de produtos compatível com a necessidade das papelarias. “Também incentivamos que os empresários realizem ofertas on-line. É simples, basta colocar um computador disponível para o cliente, para que ele possa ver que existem mais produtos disponíveis”, destaca.


Veículo: Brasil Econômico


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