Marca tem maior audiência das redes sociais e usa internet para engajar consumidores
Sempre que se fala de sucesso nas redes sociais, o Guaraná Antarctica é umdos exemplos citados. Segundo o monitoramento feito pela ferramenta IndexSocial, desenvolvida pela agência Espalhe — que também é responsável pelo marketing digital do GuaranáAntarctica —, amarca de refrigerantes é a que tem maior audiência nas redes sociais. Só no Facebook, são mais de 10 milhões de fãs— tanta gente, que motivou a Ambev, fabricante do produto, a fazer uma edição especial da lata do refrigerante, na cor azul, para comemorar o marco.
Por trás do sucesso do Guaraná Antarctica nas redes sociais está muito mais do que a simples manutenção eficiente de umapágina no Facebook. Os executivos e publicitários da empresa sempre estão preocupados emlançar novas formas de atrair e engajar fãs para suas páginas nas redes sociais. Exemplos disso, são as campanhas para ajudar na adoção de cães abandonados — por meio de um aplicativo no Facebook — e a que resultou na doação de 50 cadeiras de rodas para instituições de caridade de São Paulo — em uma ação em que a cada 1 mil curtidas que um vídeo da empresa no YouTube recebeu, uma cadeira foi doada.
Mais do que aumentar onúmero de fãs nas páginas do Facebook, do Twitter e do YouTube, o que esse tipo de ação procura é aumentar o engajamento—ou seja, a interação dos clientes com a marca —, fazendo que com que o produto se torne cada vez mais próximo e familiar ao consumidor. “O importante é que as ações estejam de acordo com o perfil da marca”, afirma Wagner Martins, sócio da agência Espalhe
É por isso que não existe uma fórmula pronta para o trabalho nas redes sociais. O próprio caso do Guaraná Antarctica é um ótimoexemplodisso. Apágina do refrigerante é completamente diferente da de outros produtos da Ambev. E isso,nemde longe, significa que as outras marcas não tenham repercussão nas redes sociais. Skol e Brahma vem logo atrás do Guaraná quando o assunto é audiência — e até o superam quando é analisado a interação com os usuários. “O sucesso das marcas da Ambev nas redes sociais tem profunda relação com os investimentos que a empresa faz nessa área”, diz Martins. Além disso, segundo o especialista, a fabricante de bebidas foi umadas primeiras empresas brasileiras a buscar o público das redes sociais, tendo tempo de aprender e se adaptar à evolução dessa forma de comunicação, antes que ela atingisse amaturidade.
Diversidade
Por mais que a Ambev esteja entre as que mais invista no marketing digital e que suas marcas liderem os rankings de audiência, a empresa é beneficiada de um movimento que tem atingido todo o setor corporativo. Com o crescimento do Facebook no Brasil, o número de marcas dispostas a marcar presença na rede social de Mark Zuckerberg cresceu muito. “Há um ano tínhamos a metade da quantidade atual de marcas com páginas no Facebook”, diz Martins. Além disso, diminui a concentração da audiência nas marcas líderes. No final de 2011, cerca de 30 marcas detinham80%da audiência. Hoje, essa mesma porcentagem é dividida entre 70 empresas. “Isso tem a ver como fato de que as redes deixaram de ser vistas como algo para aquele perfil ‘padrão’ de internauta. Estando nas redes é possível falar com quase qualquer tipo de público.”
Não é só a quantidade de empresas que está maior nas redes sociais. Elas usam formas cada vez mais diferentes para se comunicar com os clientes. “O Facebook ainda responde por 90% da audiência, masemmuitos casos é mais eficiente para a empresa estar em outras redes do que lá”, afirma o executivo. Como exemplo, ele cita o caso das redes de varejo, que precisam ter uma presença mais forte no Twitter devido a dinâmica dos perfis na rede, que permitem melhor divulgação de promoções de curto prazo, por exemplo.“ Uma empresa que usa muito bem o microblog é o Ponto Frio”, diz Martins. Com 89 mil seguidores no Twitter — mais do que o dobro do que marcas como Brahma e Skol —, a rede utilizaumalinguagem bastante informal para divulgar promoções exclusivas para os seguidores, além de tirar dúvidas e responder a solicitações.
Veículo: Brasil Econômico