Embrapa anuncia películas comestíveis para embalagens

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Foi executado no âmbito da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano) pela Embrapa Instrumentação, de São Paulo, e recebeu investimentos de apenas R$ 200 mil

 

 



Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram películas comestíveis para embalagens utilizando como matéria-prima restos de diferentes alimentos como espinafre, mamão, goiaba, tomate, entre outros. O trabalho de duas décadas foi executado no âmbito da Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano) pela Embrapa Instrumentação, de São Paulo, e recebeu investimentos de apenas R$ 200 mil.

"Podemos utilizar rejeitos da indústria alimentícia para fabricar o material, isso garante duas características de sustentabilidade: o aproveitamento de rejeitos de alimentos e a substituição de uma embalagem sintética que seria descartada", afirmou, em nota, o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que coordenou a pesquisa, ressaltando que o trabalho de desenvolver filmes a partir de frutas tropicais é pioneiro no mundo.

O material, segundo ele, tem características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, como resistência e textura, e tem igual capacidade de proteger alimentos. Porém, o fato de poder ser ingerido abre um imenso campo a ser explorado pela indústria de embalagens. Aves envoltas em sacos que contêm o tempero em sua composição, sachês de sopas que podem se dissolver com seu conteúdo em água fervente e muitas outras possibilidades.

A diferença está na matéria-prima. O plástico comestível é feito basicamente de alimento desidratado misturado a um nanomaterial que tem a função de dar liga ao conjunto. "O maior desafio dessa pesquisa foi encontrar a formulação ideal, a receita de ingredientes e proporções para que o material tivesse as características de que precisávamos", observou o engenheiro de Materiais José Manoel Marconcini, pesquisador da Embrapa que participou da pesquisa.

Processo - O pesquisador explica que os alimentos usados como matéria-prima passam pelo processo de liofilização, ou seja, um tipo de desidratação na qual, após o congelamento do alimento, toda a água contida nele se transforma do estado sólido diretamente ao gasoso, sem passar pela fase líquida.

O resultado, de acordo com o pesquisador, é um alimento completamente desidratado com a vantagem de manter suas propriedades nutritivas. Ela pode ser aplicada aos mais diferentes alimentos como frutas, verduras, legumes e até alguns tipos de temperos, o que explica a grande diversidade de matérias-primas comestíveis, o que imprime o sabor e a cor da embalagem.

O chefe-feral da Embrapa Instrumentação acredita que o plástico comestível também poderá contribuir para reduzir outro problema: o desperdício de alimentos. Além de resíduos em condições de uso que a indústria alimentícia não utiliza, há muitos vegetais que deixam de ser comercializados por não apresentar bom aspecto visual, mesmo estando em condições de consumo.

"Esses vegetais que iriam estragar na prateleira podem ser matéria-prima para a embalagem comestível", acredita o especialista que já vislumbra parceiros entre as empresas do ramo para que os resultados alcançados em laboratório seja desenvolvido como produto comercial.

Para Mattoso, a nova embalagem também pode receber matéria-prima de um mercado em franca expansão, o de alimentos prontos. Ele ressaltou que esse é um ramo que produz muitos resíduos como cascas e pequenos pedaços. Ele dá como exemplo as chamadas cenouretes que são esculpidas em pequenos pedaços de cenoura. Para o especialista, as sobras desse processo poderiam virar matéria-prima para um plástico com a leguminosa. (Com informações da Embrapa)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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