São Paulo - Após registrar faturamento próximo a R$ 60 milhões em 2016, a plataforma de celulares seminovos Trocafone projeta um avanço acima de 200% nas vendas para este ano. Com a evolução da marca, a companhia agora mira outros mercados emergentes, como Colômbia, Chile, Peru e Rússia.
"Nosso trabalho é muito similar ao que acontece no mercado de carros seminovos. No momento em que você tira o carro da concessionária, ele perde valor. Com o celular, o mesmo acontece, pois existe muita rotatividade. Todos os anos saem novos modelos. Antes, a frequência de troca de aparelhos era de quatro anos, agora os clientes trocam de modelo entre um ano e um ano e meio", comenta o CEO da Trocafone, Guille Freire.
Comprar celulares usados de pessoas das classes A e B, que mantêm o smartphone do 'momento', e revendê-los com até 70% de desconto para as classes C e D, que não conseguem comprar um aparelho novo devido ao alto valor dos produtos: essa era a vocação da Trocafone. Com a crise no Brasil, no entanto, até mesmo clientes com maior poder aquisitivo têm comprado pela plataforma.
A divergência entre o número de pessoas que trocam de smartphones ano a ano e àquelas que não têm a mínima condição de comprar um celular novo no Brasil é paradoxal. Segundo o CEO da Trocafone, 50 milhões de brasileiros compram novos modelos anualmente. Na outra ponta da balança, porém, mais de 100 milhões de pessoas não têm poder aquisitivo suficiente para fazê-lo.
Traçando a expansão
Com objetivo de encerrar 2017 com faturamento acima de R$ 200 milhões, a Trocafone se apoia nessa diferença entre classes para manter os índices de crescimento. "Estamos fazendo diferentes testes no site a todo instante. Temos parcerias com grandes varejistas e operadoras. Compramos celulares diretamente de empresas como Samsung, iPlace, LG, Fast Shop e Magazine Luiza. Por conta disso, temos uma variedade de produtos maior que as lojas que vendem modelos novos", disse Freire ao DCI.
Mirando mercados emergentes, a Trocafone também tem atuação na Argentina. A empresa, inclusive, surgiu em 2014 a partir de um aporte de aproximadamente R$ 3 milhões entre grupos de investidores de ambos os países. Para os próximos anos, o objetivo é levar o serviço para outras regiões no mundo.
"Estamos olhando para mercados como Colômbia, Chile, Peru e Rússia como potenciais para um futuro próximo. Captamos US$ 25 milhões nos últimos três anos. Nosso foco é o mercado emergente, justamente onde você encontra esse gap muito grande entre a classe alta e a classe média."
Para não ficar apenas no mundo virtual, a Trocafone inaugurou seu primeiro ponto de venda fixo em outubro de 2016, um quiosque no Shopping Tamboré, em Barueri (SP). Contudo, o plano de abrir mais de 20 pontos físicos este ano não saiu do papel. Hoje, existem apenas três operações.
Fonte: DCI São Paulo