First Data vai processar mais transações com plásticos

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As transações baseadas em plástico - cartões de crédito, débito, pré-pagos, voltados a benefícios sociais ou de bandeiras próprias - estão no centro da estratégia de expansão da empresa de software e serviços de rede First Data no Brasil, disse a presidenta Maria Fernanda Teixeira, que assumiu o cargo mês passado, respondendo, ainda, pelas operações de toda América Latina e Canadá.

 

Ambiciosa em suas metas, a executiva planeja expandir a atuação local da multinacional americana tanto no processamento das transações, como na venda de pacotes e serviços aos varejistas que querem lançar seus cartões de bandeira própria.
"Até aqui, oferecíamos a montagem e instalação do POS - sigla em inglês para ponto de venda -, o software, o treinamento, o serviço de conexão do ponto com uma linha fixa, sem fio ou internet e agora entramos no processamento propriamente dito de cartões e de redes de caixas eletrônicos", diz.

 

Sem revelar valores, Maria Fernanda diz que pretende ampliar forte o faturamento nos próximos dois anos, apesar da concorrência com Fidelity, Total Systems, EDS, CSU e Cetelem.
Mundialmente, a First Data fatura US$ 8,8 bilhões e atende a mais de 5,4 milhões de pontos de comércio, em transações para mais de 2 mil emissores de cartões, sejam eles bancos ou varejistas.

 

No Brasil desde 2002, a companhia vinha trabalhando na comercialização do software Vision Plus, adquirido por meio da compra da Paysis. O programa é especializado no processamento e na gestão inteligente de todo o tipo de cartão de pagamento, que inclui, ainda, as modalidades que estão substituindo os antigos vales-refeição, tíquetes-supermercado ou gasolina.

 

O software detalha hábitos de compra de cada usuário e permite gestão pente fino, conforme as regras de cada carteira, e possui diversas camadas de segurança, entre os quais figuram recursos de criptografia. "Por meio dessa solução, usada por dez grandes bancos no Brasil, cerca de 50% dos cartões do mercado local são processados com soluções First Data", informa a executiva.

 

Além disso, a empresa terceiriza serviços para as redes de equipamentos de leitura e transação de cartões em estabelecimentos varejistas, os POS. Em outra frente, administra para bancos nacionais redes que somam mais de 10 mil unidades de correspondentes bancários.

 

Na prática, esses pontos equivalem a miniagências bancárias e efetuam alguns tipos de transações eletrônicas em locais remotos, ou em postos de conveniência.
"A América Latina e Canadá são regiões que têm crescido em faturamento na First Data, entre 20% e 30% ao ano. E este ano, apesar da crise, deverão avançar entre 15% e 20%", prevê a executiva. O peso do Brasil ainda representa 30% da região. "Mas o País tem potencial para ser até 70%, pois seu mercado financeiro é particularmente maduro e existe um imenso potencial de crescimento no uso de cartões no País", diz.

 

Maria Fernanda informa que a média de cartões entre os 190 milhões de brasileiros ainda é de 2 a 2,5 por pessoa, com alta concentração de uso nas classes A e B. "Com a provável adoção por parte do governo de cartões para a distribuição dos benefícios sociais como Bolsa Família e afins, essa média poderá facilmente chegar a 7 ou 8 por habitante", estima.

 

Segundo a executiva, a empresa conta com datacenters próprios na Argentina, México e Canadá. Ela pretende usá-los, num primeiro momento, para processar as transações de cartões de bandeira própria de dois grandes clientes varejistas brasileiros, ainda no primeiro semestre. Mas estruturas no Brasil também estão sendo cogitadas próprias ou terceirizadas, entre fornecedores como HP, IBM, EDS ou Tivit. "Afinal, queremos deter 50% do crescimento dos cartões de bandeiras próprias este ano, além de começar a fornecer o serviço de processamento de carteiras de cartões para bancos", diz.

 

A empresa não revela o investimento na expansão. Maria Fernanda detalha apenas a contratação de 40 novos executivos que se somarão aos 200 e um programa de treinamento de, no mínimo, 48 horas/homem. Ela aposta no fôlego da First Data. "O diferencial desse mercado não está onde a transação é processada, nem em que tipo de hardware", diz. Para ela, o aplicativo usado é chave, pois determina - ou não - a capacidade de o cliente lançar novos cartões ou serviços.

 

No caso da First Data, o Vision Plus é parametrizado, o que permite com que novas regras de negócios sejam desenvolvidas rapidamente. "Com isso, um novo cartão pode ser lançado em até um mês de desenvolvimento", exemplifica. Outra novidade esperada é o lançamento até o final do ano do aplicativo (que atualmente só roda em plataforma mainframe) em baixa plataforma, isto é, em servidores.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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