No primeiro semestre de 2018, o e-commerce brasileiro faturou R$ 23,6 bilhões – alta de 12,1% ante igual período do ano anterior. O resultado foi puxado, sobretudo, pelo crescimento no volume de vendas de perfumes e cosméticos – movimento que evidencia a forte incursão das farmácias e lojas no mercado online.
“Nossa expectativa é que o comércio eletrônico feche o ano de 2018 com receita, em termos de vendas, de R$ 53,4 bilhões. A evolução em relação ao ano de 2017 deve ser de 12%, como havíamos previsto anteriormente”, afirmou o CEO da Ebit, Pedro Guasti.
Os dados, que fazem parte do estudo semestral realizado pela empresa, também indicam o segmento de cosméticos e perfumaria como novo líder em termos de volume de pedidos online, responsável por 15% do total de itens comercializados. Até então, os produtos de vestuário e acessórios eram os favoritos entre os usuários.
“Podemos citar algumas empresas com forte presença em marketplace e no e-commerce, como por exemplo O Boticário e Natura, que ajudaram no resultado do primeiro semestre. Além disso, a frequência de compra do público feminino nas plataformas online aumentou, superando dessa forma o percentual masculino”, pontuou Guasti. Segundo o estudo, as mulheres tornaram-se 51,5% dos consumidores online. Há cerca de um ano, esse contingente era de 50%.
Ainda de acordo com o levantamento, no acumulado de 12 meses, em torno de 1,9 milhão de novos consumidores entraram no universo online – chegando a 27,4 milhões de potenciais compradores.
Em relação às regiões do Brasil que apresentaram os maiores shares de participação neste mercado online, o levantamento aponta o em primeiro o sudeste (61,2%); o sul (16,9%); o nordeste (12,4%); o centro-oeste (6,8%); e, por fim, o norte com (2,7%).
Novos perfis
“Também vemos o crescimento da presença de novos consumidores de diferentes regiões do Brasil fora do eixo sudeste. Com isso, podemos concluir que cidades distantes estão tendo cada vez mais a oportunidade de ter acesso ao 4G, tipo de cobertura que já chega em 95% da população”, argumentou Guasti. Em 2016, cerca de 1,5 mil municípios disponibilizavam essa tecnologia. Neste ano, esse montante subiu para 4,1 mil municípios com acesso à quarta geração da telefonia móvel.
Já no que diz respeito à evolução do tíquete médio, o estudo releva o incremento de 3,8% no primeiro semestre de 2018 e o número de pedidos cresceu 8% no mesmo período.
Outro fator ressaltado na pesquisa está relacionado às plataformas utilizadas na realização dessas compras online. Cerca de 32% das transações em e-commerces ou marketplaces foram feitas por meio de smartphones. A expectativa é de que 50% das compras serão feitas pelos canais mobile. Nesse sentido, Guasti lembra também que 52,1% dos consumidores online optaram pelo pagamento à vista. No mesmo período do ano passado, esse número girava em aproximadamente 48,2%.
O movimento pode ser explicado pela preocupação do brasileiro com endividamentos futuros e a situação da economia do Brasil. “Muito desse aspecto está ligado ao mercado de trabalho e as incertezas no quadro político do País”, afirmou o executivo.
Fonte: DCI