Há algum tempo, ter um Macintosh era sinônimo de segurança. Vírus? Isso era coisa que só atormentava aqueles que usavam Windows. No entanto, nos últimos três anos, os usuários da Apple viram algumas ameaças rondar as suas máquinas e um número cada vez maior de malwares começaram a ser desenvolvidos para quem usava os computadores da Maçã.
A Apple, que durante muito tempo levantou a bandeira de que não existia vírus para seus equipamentos, acabou por se render e, na última versão de seu sistema operacional, o Snow Leopard, a companhia teve que trabalhar com afinco na questão da segurança do sistema. O próprio fabricante, em seu site oficial, passou a alertar. "O Mac foi desenvolvido com tecnologias integradas que protegem contra softwares maliciosos e ameaças de segurança. Mas como nenhum sistema é 100% imune às ameaças, o software antivírus oferece proteção extra", lembra.
A crescente preocupação em torno dos perigos para a plataforma não é algo recente, e há alguns anos vem preocupando os usuários. O primeiro malware para Mac foi registrado em 2006. O worm, batizado de OSX/Leap-A, se replicou a partir da promessa de sites de revelar imagens do futuro sistema operacional Leopard, que na época estava para ser lançado. Os usuários, até então acostumados com a inexistência de códigos maliciosos para a plataforma, executaram a praga sem desconfiar de nada. O malware se espalhou a partir do programa de mensagem instantânea iChat, que enviava a ameaça para os contatos do usuário.
Desde então, outros malwares foram detectados, como o iServices.A (propagada a partir de cópias piratas do iWork 2009, distribuída em sites de Torrent) e o OSX/Inqtana.A (worm que se espalhava por redes sem fio bluetooth e se aproveitava de uma falha no sistema).
DÚVIDA. Acostumado a sempre ter um antivírus atualizado no PC, o administrador de empresas Bruno Fernandes migrou para o mundo Mac no ano passado com uma dúvida na cabeça. "Cheguei em um primo, que já tinha computador da Apple, e perguntei se esse negócio de Mac não pegar vírus era verdade. Ele me falou que não e disse que, inclusive, já havia antivírus abertos na internet", lembra, contando que desde então usa uma opção gratuita de segurança. "Eu optei por instalar por dois fatores. Primeiro, é mais difícil conseguir um técnico para arrumar Mac. Segundo, o preço do notebook da Apple é superior ao de outros modelos, assim como suas peças, e caso fosse infectado e danificasse algum componente seria complicado e caro repor as peças", explica Bruno.
O gerente de suporte da McAfee, José Matias, explica que o interesse dos cybercriminosos pela plataforma cresceu na mesma proporção que a popularização dos computadores da Apple. "Em 2004, a participação de Mac no mercado era de 3%. No ano passado, já era de 8%. Isso explica o aumento do número de malwares produzidos para esse sistema operacional", diz, reiterando que esse tipo de máquina não está isenta dos perigos que ameaçam a rede mundial de computadores.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ