Um grupo de empresas do setor de mídia anunciou que planeja construir um sistema digital no qual aparelhos de vídeo e sites de conteúdo funcionem juntos sem dificuldades e no qual consumidores possam ter acesso a conteúdos digitais em vários tipos de dispositivos.
O objetivo do consórcio, denominado Digital Entertainment Content Ecosystem (Dece), é tornar o acesso a conteúdos digitais possível no maior número de dispositivos. Desta forma pretende-se que os internautas possam transferir para os seus dispositivos digitais - filmes ou músicas - que comprem em lojas online, sem terem de os converter num formato compatível.
O grupo, que reúne estúdios de cinema, grupos de varejo, fornecedores de serviços, fabricantes de produtos eletrônicos e empresas de tecnologia da informação, está trabalhando "para uma experiência uniforme de mídia digital", mas não anunciará detalhes antes da convenção Consumer Electronics Show, em janeiro.
O consórcio informou que defenderá a interoperabilidade de aparelhos e sites, bem como regras de uso que permitam que consumidores copiem conteúdo para aparelhos domésticos e que copiem o conteúdo baixado para mídias físicas, disse Mitch Singer, presidente do Dece.
O plano também oferece aos consumidores um "armário de direitos", ou biblioteca virtual, no qual os vídeos digitais que eles adquirem serão armazenados para recuperação de maneira semelhante à empregada para acesso a uma conta de email, disse Singer.
Logotipo. O consórcio planeja criar um logotipo que será colocado em produtos e sites a fim de permitir que os consumidores saibam que os produtos e serviços que estão adquirindo são compatíveis com os padrões Dece.
"Desenvolveremos uma especificação que serviços e fabricantes de produtos eletrônicos poderão empregar sob licença. Eles poderão usar o logotipo nos seus aparelhos para que os consumidores saibam que serão compatíveis com o conteúdo que comprarem", disse Singer.
A nova estrutura digital, disse Singer, viraria de cabeça para baixo o modelo "fechado" da loja online de mídia digital da Apple, a iTunes.
"Trata-se de algo bem diferente do ecossistema da Apple", disse o executivo. "Nós gostaríamos que a Apple se integrasse ao consórcio. Não imaginamos que a Apple venha a deixar de existir ou que esse consórcio vá substitui-la", afirmou.
O consórcio inclui Alcatel-Lucent, Best Buy, Cisco Systems, Comcast, Fox Entertainment Group, Hewlett-Packard, Intel, Lions Gate Entertainment, Microsoft, NBC Universal, Paramount Pictures, Philips, Sony, Toshiba, VeriSign e Warner Bros Entertainment.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ