Para a turma que tem cerca de dez anos de experiência, a TI é negócio e todo negócio tem tecnologia da informação
O gerente de tecnologia da informação da DHL Express Brasil, Fábio de Paoli, tem uma década de carreira em TI e é um exemplo desta mistura. Hoje, cuida ainda da área de atendimento da empresa e lida com infra-estruturas, orçamentos e equipes diferentes. Para ele, que começou como engenheiro de qualidade na fábrica de motores Cummins e depois foi fazer a interface entre a TI e as áreas de negócio na DHL, isto soa normal. "A TI era um hobby para mim naquela época, mas as coisas começaram a se misturar de uma forma interessante", relata.
Sua habilidade em controlar processos, fruto da formação em engenharia, e em trabalhar em um esquema que poderia parecer confuso para muita gente acabou rendendo um convite para cuidar da área de TI da DHL. Como gestor do departamento, continuou a ter foco nos negócios e a tecnologia virou uma ferramenta para isto, tendo sempre como preocupação principal que a TI serviria à estratégia de mercado da companhia. "Hoje, tecnologia viabiliza os projetos; e é assim que temos de lidar com ela no dia-a-dia", destaca. Ele, que começou numa área de negócios e depois foi para a técnica, aconselha quem quer ter sucesso: "seja flexível: o mercado e a tecnologia mudam rápido demais para se ter objetivos fixos".
Flexibilidade parece ser a palavra de ordem nessa turma habituada com a internet comercial e a globalização. Eles iniciaram a carreira já lidando com um mercado lotado de consumidores íntimos de computadores e softwares. Clientes que sabiam que a tecnologia poderia facilitar suas rotinas diárias de compras e ter serviços a qualquer hora e em qualquer lugar. E mais: desejavam que as empresas fornecessem isto. Eles se desenvolveram neste cenário.
Quando o diretor de TI da CVC Turismo, Marcos Faria, 11 anos em TI, começou na empresa, há sete anos, teve de encarar esse desafio. A companhia queria aproveitar o bom momento da economia brasileira e ganhar mercado em cima das classes sociais que ainda não estavam acostumadas a comprar pacotes de viagem. Era preciso criar um sistema de e-business para dentro e para fora da empresa. "Além de cuidar da construção da infra-estrutura, tive de contratar a equipe e fazer planejamento junto das áreas de negócio", lembra. Atualmente, a rede de agentes de viagem ligados no sistema de e-commerce passou de 30 para quase 250 lojas, o site interno é amplamente usado e a empresa se tornou um modelo de e-business no setor.
Para a turma que tem cerca de dez anos de experiência, a TI é negócio e todo negócio tem TI. Estes profissionais são fruto da economia atual, moldada nos softwares e nas máquinas que podem fazer tudo. Não é difícil encontrá-los preocupados com processos e relacionamentos em vez de códigos de programação. Isto porque já começaram em um ambiente mais parecido com o de hoje. "Antigamente, a TI vendia um projeto que ela mesma fazia. Atualmente, o cliente pede pra desenvolver", enfatiza o supervisor de projetos de TI da Ceva Logística, Anderson Oliveira, 11 anos de carreira.
Oliveira começou como analista de suporte e o fato de ter contato diário com clientes, o ajudou a construir esta visão. Era tanta a certeza que o supervisor tinha sobre o futuro da profissão que chegou a recusar, certa época, um convite para cuidar do CPD de uma companhia. "Eu já sentia que ninguém exige uma linguagem de desenvolvimento ou um aplicativo sem ter um projeto de agregação de valor ao negócio em mãos", declara.
O dia-a-dia das empresas está cercado de tecnologia que já foi implantada há muitos anos. A dificuldade principal tem sido como tirar proveito disto e não aumentar de forma precipitada esta infra-estrutura. "A informática é uma ferramenta para melhorar a produtividade das pessoas", opina o gestor de OEM da Totvs, Fábio Santini, nove anos em TI. Santini se especializou em criar aplicativos por onde passou. Desde o tempo em que era atendente em uma central de clientes do Sebrae, usou o que tinha em mãos para facilitar a vida dos departamentos. Tudo com softwares comuns a qualquer escritório. E, mesmo sem ter uma formação técnica específica, suas habilidades foram reconhecidas por uma das maiores empresa brasileira de tecnologia, a Totvs.
Nessa companhia, ele cuida para que toda a tecnologia produzida se encaixe em algum modelo de gestão. "Não dá pra separar isso hoje em dia, se você tem facilidade de lidar com os dois lados, a tecnologia e o negócio, tem um futuro brilhante pela frente", destaca.
Veículo: Site ItWeb