Hospedagem de site foca pequenas e médias

Leia em 5min 30s

Pequenas e médias empresas são o novo foco de fornecedores de cloud computing (computação nas nuvens, softwares e serviços alocados na rede), um mercado que deve movimentar mais de US$ 56 bilhões este ano em todo o mundo, segundo pesquisa do Gartner. A tendência de redução de custos com soluções que podem ser executadas via internet movimenta o mercado brasileiro, 53% de cujas empresas têm site na rede, embora estas utilizem pouco a interação com clientes e fornecedores.

 

Com a expectativa de abraçar este mercado, que segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) tem cerca de 80% de capacidade ociosa no uso da internet como forma de interação com clientes, o Universo Online (UOL) deve lançar na próxima semana um seu serviço de cloud computing, com 24 mil servidores em 7 data centers e uma gama de serviços que vai do simples uso de antivírus ou da criação de uma loja virtual ao gerenciamento de relações com o cliente (CRM, na sigla em inglês) e call center.

 

Segundo Vinícius Pessin, diretor do UOL Host, esta infraestrutura é única no mercado brasileiro. "Não é possível oferecer a segurança e a disponibilidade do cloud computing com apenas um data center", afirma. Tecnicamente, a empresa conseguiu com a nova infraestrutura, a "disponibilidade de cinco dígitos", segundo Pessin - 99,999% de garantia de funcionamento do serviço.

 

A solução, que já vinha sendo testada por um grupo de clientes da empresa, deve ser disponibilizada a cerca de 700 clientes corporativos - que correspondem a 50% do faturamento da empresa - a partir do próximo dia 15, e para o público em geral, a partir de janeiro. Segundo Pessin, a expectativa é de que em um ano o negócio responda por 30% do faturamento da companhia.

 

O provedor vai colocar à disposição dos seus 3 milhões de clientes (entre assinantes e eventuais) seu novo produto, que vai permitir a empresas criarem lojas virtuais, manter serviços de atendimento ao consumidor (SAC) e relacionamento com clientes (CRM). Os planos devem custar a partir de R$ 99.

 

"A locação de um servidor físico custa e média R$ 600", afirma Pessin, maior entusiasta do novo projeto da empresa. "A usabilidade do serviço é tão simples que permite que qualquer pessoa opere", afirma.

 

A empresa, que investiu inicialmente R$ 90 milhões em um novo data center, conta com 144 mil servidores virtuais. "Pequenos e médios empresários terão à disposição uma estrutura semelhante à de um grande portal", explica Pessin.

 

A empresa oferecerá serviços inteiramente sob demanda, como explica Pessin. "Se uma empresa que roda folha de pagamentos e tem dois picos de utilização no mês, em função do adiantamento e do pagamento, pode contratar mais capacidade só para estes dois dias, sem alterar o plano mensal."

 

Há um ano mercado de cloud computing, a Locaweb investiu este ano R$ 35 milhões em um novo data center - hoje são 2 data centers e cerca de 3,5 mil servidores - para atender seus cerca de 2 mil clientes, na maioria corporativos. Alexandre Glicas, diretor comercial da empresa, espera um crescimento do mercado de outsourcing e corporativo.

 

"Temos planos que enfocam pequenas e médias empresas", afirma Glicas, "planos a partir de R$ 149 mensais". O executivo explica que os planos sob demanda são voltados ao mercado corporativo e custam cerca de R$ 15 mil por mês.

 

A Diveo Brasil, empresa parceira da Microsoft no fornecimento de soluções de e-mail em cloud computing, também foca no público de pequenas e médias empresas (PME). Marco Américo, gerente-geral da empresa no Brasil, diz que em função da maior oferta de banda larga no País o médio empresário tem mais interesse em serviços via rede.

 

Com mais de 100 clientes e cerca de 60 mil usuários finais, a Diveo olha para o mercado de manufatura, varejo e financeiro e deve lançar, até março de 2010, uma ferramenta para comunicação de seus clientes baseada no Microsoft Office Communications Server (OCS).

 

Call Center

 

Os call centers e serviços de relacionamento com clientes vão chegar às pequenas e médias empresas e devem agregar valor aos negócios, como explica Guilherme Porto, diretor executivo da Plusoft. A companhia, que já fornece soluções de CRM para empresas em setores como varejo, seguros e saúde, está lançando um novo produto para call center e SAC baseado no modelo de Software como Serviço (SaaS) em parceria com o UOL Host.

 

Com investimento de cerca de R$ 700 mil em infraestrutura para abrigar esta nova solução, a Plusoft pretende ampliar em 20% sua participação de mercado. "A ideia é atingir pequenos e médios, um segmento que tínhamos dificuldade em entrar", afirma.

 

Porto explica que as empresas tinham dificuldade em investir cerca de R$ 150 mil em infraestrutura para um call center pequeno - com 10 posições de atendimento.

 

Com R$ 380 por mês, uma pequena empresa pode ter duas posições de atendimento, explica Porto. "Este caso atende a pequenas empresas do setor de alimentos e a corretoras."

 

"Além de evitar a obsolescência dos softwares, o mercados de SaaS traz para o call center empresas que não viriam por conta dos altos investimentos", afirma o executivo.

 

Serviços

 

Prevendo um crescimento de 40% em 2009, a distribuidora de software como serviço D-SaaS (Distribuidora SaaS), esperava crescimento de 30% em função da crise no último ano. "As soluções de cloud computing geram modelos de negócios inclusive na crise", afirma Tatiana Carvalhinha, gerente de Marketing e negócios da D-SaaS.

 

A empresa, que fornece soluções de segurança de grandes fabricantes, como a McAfee, e atende a 700 mil usuários, tem 28% de sua base de clientes formada por pequenas e médias empresas. "O restante são pessoas físicas, justamente porque atendemos os maiores provedores de internet do País", explica Tatiana.

 

A redução de custos com soluções que podem ser executadas via internet movimenta pequenas e médias empresas, foco de empresas de hospedagem de sites, como UOL.

 


Veículo: DCI


Veja também

Pão de Açúcar se prepara para virar tele

Rede de supermercados aguarda regulamentação para montar serviço de telefonia celular para seus cli...

Veja mais
Inteligência ao negócio

A Atacadista Assai implantou o sistema de BI da MicroStrategy e conseguiu mais agilidade nos processos de decisão...

Veja mais
RFID: a internet das coisas

O supermercado Mairinque, localizado na cidade de mesmo nome, a 65 km de São Paulo, queria fazer algo diferente n...

Veja mais
Lojas podem ser rivais de Redecard e VisaNet

Lojas com uma única "maquininha" para processar todos os cartões e varejistas disputando espaço com...

Veja mais
Visanet não tem medo da reforma regulatória

O maior uso de cartões de débito e de crédito, combinado com o crescimento econômico, vai per...

Veja mais
Celular virou maquininha

Enquanto os parlamentares discutem uma lei para obrigar as máquinas de pagamentos por cartão de cré...

Veja mais
Etiquetas inteligentes

Tecnologia RFID, que rastreia produtos por meio de radiofrequência, começa a avançar no país....

Veja mais
Mac cada vez mais ameaçado

Há algum tempo, ter um Macintosh era sinônimo de segurança. Vírus? Isso era coisa que s&oacut...

Veja mais
Dia das Crianças intensifica e-commerce

Vendas do comércio eletrônico aumentaram 25% em relação a 2008   Os números das...

Veja mais