Avaliação de Eficência Operacional 2022 em PDF ( 5 MB ).
No ano passado, o setor supermercadista brasileiro obteve alta eficiência operacional, na ordem de 98,13%, de acordo com a Pesquisa de Eficiência Operacional realizada pela ABRAS, mantendo um cenário de estabilidade em relação aos sete anos anteriores. Considerando a análise isolada por formato de loja, o atacarejo obteve o maior nível de eficiência operacional, de 98,79%, seguido pelo formato de conveniência (98,46%). Na sequência, estão: supermercado convencional (98,02%), loja de vizinhança (97,60%) e hipermercado (97,57%).
Para aumentar a eficiência operacional do varejo alimentar no Brasil, além de medir as oportunidades de ganhos de eficiência, o setor também adota relevantes medidas para o reaproveitamento de produtos perecíveis, como a redução de preços de alimentos próximos do fim da validade, a venda de itens fracionados, a transformação em coprodutos e o aproveitamento interno nas rotisserias e restaurantes.
A pesquisa da ABRAS também aponta diversas outras medidas que os supermercados colocam em prática em prol da sua eficiência, com destaque para o treinamento da sua mão de obra. Este recurso foi explorado por 76,4% dos respondentes e se manteve na primeira colocação entre as principais iniciativas. A definição de metas, controles e plano de ação segue como um instrumento bastante relevante, sendo exercido por 70% dos respondentes. Na sequência, dentre as ações com a maior expressividade, estão o controle sanitário com auditorias terceirizadas (63,7%), o aperfeiçoamento da comunicação interna (60,1%), a introdução de processos mais cuidadosos no recrutamento e seleção (53,6%) e a definição de código de ética e conduta moral (42,3%).
Com base nas informações compartilhadas pelos supermercadistas que participaram desta pesquisa, a ABRAS consegue identificar e apontar onde estão as oportunidades de melhorias para que o varejo alimentar brasileiro possa seguir mantendo altos índices de eficiência operacional. O estudo aponta que o indicador de quebra operacional responde por 57% das oportunidades de ganhos de eficiência do setor. Este quesito reúne produtos que não são comercializados por motivos diversos, como prazo de validade, embalagens avariadas, itens impróprios para o consumo, danos em equipamentos, dentre outros. Neste campo, o prazo de validade destaca-se por representar cerca de 44% dos produtos que não podem ser comercializados, sejam eles perecíveis ou não perecíveis.
Já com relação às oportunidades visualizadas na operação das seções dispostas nos supermercados, os perecíveis seguem apresentando maior espaço para o varejo avançar em sua eficiência operacional. As maiores oportunidades de ganho estão nas áreas de FLV (94,67%), açougue (96,68%) e rotisseria (96,97%). Considerando as cinco seções de perecíveis com as maiores oportunidades, na sequência estão a padaria e os perecíveis industrializados, com respectivos índices de eficiência operacional de 97,21% e 97,88%.
A Pesquisa de Eficiência Operacional da ABRAS também apurou quais foram os produtos que mais impactaram o nível de eficiência dos supermercados e que, portanto, apresentam as maiores oportunidades de contribuir com a elevação deste índice. São itens pertencentes às cestas de bebidas não alcoólicas, bebidas alcoólicas, carnes e embutidos, bazar, mercearia doce, frios e laticínios, higiene e beleza, mercearia salgada e limpeza.
Em volume, as categorias mais impactadas foram, respectivamente, refrigerante, cerveja, carne bovina (não inclui picanha), pilhas e baterias, chocolate em barra, queijos, desodorante, pães industrializados e detergentes. Com exceção das últimas duas cestas, as demais mantiveram o mesmo cenário em relação ao ano anterior.
Já a relação de itens que reserva as maiores oportunidades em valor segue bem em linha com a comparação em volume. Apenas o azeite, novamente, lidera na seção de mercearia salgada e sabão em pó lidera na cesta de limpeza.
Atualizado em maio de 2022