Bloco da Convenção ABRAS debate a Era do varejo de experiência

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Giseli Cabrini, Rio de Janeiro


 

De uma simples livraria fundada há mais de 70 anos a provedora de diversas soluções para os clientes desde produção de conteúdo até promoção de entretenimento. Esse é o novo perfil da Livraria Cultura que busca cada vez mais oferecer uma experiência de compra diferenciada e que entrega o que há de melhor no mundo analógico e digital a seus clientes.

 

Para o CEO da organização, Sérgio Herz, não há qualquer dúvida de que estamos no ponto mais alto de transformação do varejo. “O avanço do e-commerce é uma realidade. Para ter uma ideia, no ano passado, 7 mil lojas foram fechadas nos Estados Unidos enquanto a economia cresceu 5%. Atualmente, o comércio eletrônico representa 30% do varejo na China. No último Natal, 3% das vendas que aconteceram no Brasil foram on-line. Atualmente, mais de 50% da receita da nossa organização vem de canais digitais Contudo, o maior desafio está dentro de casa, ou seja, na cultura da empresa. É preciso vencer esse tipo de barreira.”

 

O executivo, que participou do Bloco do Conhecimento durante a 52ª Convenção ABRAS, que terminou nesta quarta-feira, 21, no Riocentro, no Rio de Janeiro, disse no entanto, que o varejo físico não irá acabar, mas que é preciso lançar um novo olhar sobre ele no sentido de surpreendê-lo e tornar a experiência de compra algo que supere expectativas.

 

“As pessoas não precisam mais da loja, mas desejar ir até ela. O tempo é cada vez mais limitado. Os consumidores gastam com aquilo que mais gostam ou que oferece mais vantagem e estão carentes de atenção. Uma loja precisa oferecer experiências, conexões, marca e vendedores que sejam embaixadores do negócio. O papel do varejista é entender o cliente, ajudá-lo a decidir e se colocar no lugar dele.”

Para exemplificar, ele citou alguns cases como, por exemplo, uma loja de colchões que oferece como brinde uma réplica do modelo escolhido pelo cliente para seu pet, e de supermercados que adotam soluções simples como selos ou cartazes que indicam o ponto certo de consumo de frutas como abacate e banana. E da IKEA que em dias de chuva vende o acessório por preços menores do que em dias de sol. Tudo isso para agradar e encantar o cliente final.

 

“É preciso fazer o básico bem feito. Não podemos perder as bolas fáceis. Uma das premissas da inovação é não ter medo de se expor e cometer falhas. Como diz uma famosa frase ‘um erro só é um erro se você não tem velocidade para corrigir.’ Também é importante saber improvisar a fim de driblar esse engessamento burocrático que existe no Brasil no ambiente de negócios.”

 

Na sequência, o presidente-executivo da Riachuelo, Flávio Rocha, apresentou o projeto Movimento Brasil 200 Independência para Todos. Fortemente inspirado em ideias liberais, o projeto que faz alusão à comemoração dos 200 anos da independência do Brasil de Portugal tem como objetivo resgatar a competitividade do País como player internacional.

“A economia livre é o único caminho para a prosperidade e a inclusão social. E nesse sentido os empresários brasileiros têm um papel fundamental a fim de unir forças nessa direção”, destacou Rocha.

 

O presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto, que mediou os debates na companhia do vice-presidente da entidade, João Galassi, destacou a importância da incorporação da tecnologia pelo segmento supermercadista apesar dos desafios envolvidos particularmente no caso de estabelecimentos de pequeno porte e que a experiência de integração do varejo on e off-line da Livraria Cultura é inspiradora. 

 

Galassi ressaltou que os empresários do segmento supermercadista devem estar atentos às oportunidades que esse novo ambiente tecnológico proporciona para se desenvolver e crescer num ambiente de maior transparência e competitividade.

 


Giseli Cabrini é repórter especial da Revista SuperHiper

 


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