A compra da Femsa pela Heineken deve afetar a operação da maior indústria privada de bens de consumo do Brasil e a maior cervejaria da América Latina, a Ambev, segundo o analista da SLW Corretora, Cauê Pinheiro. "Creio que para a Ambev, em termos de concorrência, deverá piorar um pouco. Eles perderão participação. Se a Ambev não quiser perder tanto, terá que investir", afirmou Pinheiro, assinalando que 2010 é um ano promissor.
"Esse ano tende a ser mais forte para o setor de bebidas. Teremos a Copa do Mundo, que abre boas perspectivas para o setor no País. Com isso, o ano de 2010, mesmo com o aumento da concorrência, ainda será bom para a Ambev, que somente deverá sentir os efeito em 2011", completou.
De acordo com a XP Investimentos, por um lado, o anúncio de compra da Femsa pela Heineken é positivo para a Ambev, tendo em vista que o mercado estava com receio de que a Ambev pudesse comprar a Femsa por um valor alto.
"Portanto, outra companhia comprando a Femsa acaba com o medo de que a Ambev poderia fazer essa compra por um valor que não agradasse o mercado. Temos que levar em consideração, ainda, que a Ambev é uma empresa endividada", analisou a XP Investimentos, para quem em curto prazo a transação pode afetar o preço do seu papel.
Ontem, pelo menos, os analistas não definiram muito bem sua recepção à notícia. Tanto os papéis preferenciais (sem direito a voto) quanto os ordinários da empresa chegaram a se valorizar no início dos negócios. Contudo, ao longo da tarde, o andamento tomou outro rumo. No fechamento, os papéis PN registravam queda de 0,42%, a R$ 176,75, e os ON, recuo de 1,22% a R$ 154.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ