Bebidas: No mundo, alta de 5% foi impulsionada por Brasil, China e Índia
Novas fábricas, reformas nas já existentes e marketing, muito marketing. Esses são os alvos do investimento de R$ 2 bilhões que a Coca-Cola Brasil anunciou para este ano no país. A soma é 14% maior do que o total do ano passado. "Não podemos precisar ainda quantas fábricas receberão o investimento", disse ontem Henrique Braun, novo vice-presidente de operações da Coca-Cola Brasil.
A empresa também não divulgou que parte dos R$ 2 bilhões será destinada a marketing. A companhia, que conta com 37 fábricas no país (sendo uma de concentrado, três de chás e duas de sucos, além das de refrigerantes), inaugurará no início de março outra planta, em Maceió (AL). Todas as unidades pertencem às 16 empresas franqueadas da Coca-Cola no país (eram 17, mas em junho de 2008 a mineira Remil foi vendida).
Em 2009, a Coca-Cola teve crescimento de 4% no volume vendido em relação a 2008, chegando a 9,6 bilhões de litros. O faturamento foi de R$ 17 bilhões. O crescimento no Brasil supera o crescimento da Coca-Cola no mundo, que teve alta de 3% no ano passado. Mas a cifra fica abaixo da evolução de vendas ocorrida na América Latina, que teve expansão de 6%.
"Isso acontece por conta do México, que é o maior mercado da região. Lá, o crescimento foi de 5% no ano", disse Braun. O volume de vendas no México, segundo a empresa, representa 48% da operação latino-americana. O Brasil fica com 25% do total da região. No último trimestre do ano passado, o aumento de vendas da Coca-Cola no Brasil foi de 8%. Na América Latina esse percentual ficou em 7% e globalmente a variação foi de 5%.
O lucro da The Coca Cola Company, divulgado ontem, foi de US$ 1,54 bilhão (US$ 0,66 por ação) no quarto trimestre de 2009, um aumento de 55% em relação aos US$ 995 milhões (US$ 0,43 por ação) apurados no mesmo período de 2008.
A fabricante de refrigerantes com sede em Atlanta teve receita de US$ 7,51 bilhões no trimestre, um aumento de 5% sobre os US$ 7,13 bilhões registrados um ano antes. O resultado veio dentro da expectativa dos analistas, que projetavam lucro de US$ 0,66 por ação e receita de US$ 7,2 bilhões.
A companhia informou que seus resultados foram impulsionados principalmente pela vendas no Brasil, China e Índia. Em contrapartida, a multinacional registrou queda de 1% nas vendas de bebidas na América do Norte. "Os fundamentos econômicos do país, junto com a classe média crescente, apresentam uma oportunidade que não pode ser desperdiçada pela sociedade, nem pelas empresas brasileiras. Temos confiança plena no futuro e vamos continuar acelerando junto com o Brasil", disse o presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa, em comunicado.
A empresa reafirmou o investimento de R$ 11 bilhões no país até 2014. Com o aporte, a empresa deve dobrar o tamanho de suas operações no Brasil, segundo uma fonte próxima à companhia. "Todas as fábricas do sistema deverão ser reformadas para se tornarem 'fábricas verdes'", disse Marco Simões, vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola Brasil. As 'fábricas verdes' têm telhado de grama para eliminar o uso de ar-condicionado e reutilizam água da chuva, entre outras características. (Com agências internacionais)
Veículo: Valor Econômico