Café gelado rouba espaço de refrigerante

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O café gelado virou um negócio quente. O que costumava ser uma bebida apenas para as estações quentes ou para regiões com temperaturas mais elevadas agora vem ganhando maior apelo. Em 2001, nos Estados Unidos, foram consumidos 300 milhões de doses de cafés gelados (ou de seus primos, os densos frappés), segundo a empresa de pesquisas de mercado NDP Group. Em 2009, o número subiu para 1,2 bilhão, equivalente a 20% de todo o café que os americanos bebem.

 

As grandes empresas se deram conta. A Starbucks vende o Terraza, uma mistura de café gelado de preparado duplo (com o dobro de grãos), o ano inteiro em todas suas lojas desde 2006. O McDonald's lançou seu Premium Roast Iced Coffee em 2007. No ano passado, a 7-Eleven instalou máquinas de café gelado em 4,5 mil lojas.

 

"Nossas vendas de café gelado são fortes em Phoenix e Miami, assim como em Providence e Boston", diz John Costello, diretor de marketing global da Dunkin'Brands, cujas lojas Dunkin' Donuts venderam 250 milhões de copos de cafés gelados (também com preparado duplo) no ano encerrado em fevereiro. É um crescimento de 14% em relação aos 12 meses anteriores.

 

Neste verão setentrional, espera-se uma escalada nessa "guerra fria". A rede de lojas de conveniência Cumberland Farms está lançando seu café gelado em 500 pontos de venda. Em abril, a Dunkin'Donuts apresentou sua segunda bebida de café gelado, o Iced Dunkin'Dark Roast. A Starbucks, que já vende pacotes do Gazebo Summertime Blend para uso pelos clientes em suas casas, está lançando o VIA Iced Coffee, um café instantâneo em uma embalagem com conteúdo na medida para esvaziar em garrafas de água de 16 onças (0,473 litro). Em lojas em Phoenix e Tampa, a empresa está testando um de 31 onças, o Trenta.

 

As explicações para a decolagem no consumo, guiado principalmente por mulheres e clientes jovens, variam. As mulheres representam 64% dos consumidores de café gelado, enquanto 52% de todos os copos vendidos são consumidos por americanos entre 25 e 49 anos, segundo a NPD.

 

"Não falo em nome de 300 milhões de americanos", diz Sharon Zackfia, analista da empresa de análise de renda variável William Blair. "Mas as pessoas nascidas no fim do milênio são a primeira geração a crescer com o Starbucks. Elas têm um afinidade com esse gosto do café e, certamente, elas gostam de bebidas energéticas, como o Red Bull."

 

As grandes do setor de café, é claro, sentem-se atraídas pelos preços mais altos que podem cobrar pela bebida. As empresas que saem perdendo são os fabricantes de refrigerantes, cuja participação de mercado vem sendo corroída lentamente por bebidas geladas alternativas, incluindo o café gelado.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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