Jorgen Buhl Rasmussen, executivo-chefe da Carlsberg, prevê que o consumo de cerveja na Rússia se recuperará do impacto provocado pelo recente aumento dos impostos dentro de dois anos e destacou que as vendas no Reino Unido e Dinamarca aumentaram com a Copa do Mundo.
A empresa, dona da maior cervejaria da Rússia, projeta queda no consumo no país para 63 a 64 litros per capita neste ano, antes de voltar aos 80 litros "em um par de anos", segundo Jorgen Buhl Rasmussen afirmou ontem em entrevista à Bloomberg TV, em São Petersburgo. A unidade da Carlsberg no Leste Europeu gerou 44% do lucro operacional da empresa no primeiro trimestre.
"A Rússia é uma grande oportunidade para nós", afirmou Rasmussen. "Esse mercado é desafiador e ainda há algumas incertezas, mas a economia russa em geral está ficando melhor, a confiança do consumidor está em alta e isso é positivo para as vendas."
A Carlsberg também detectou uma "elevação significativa" nas vendas no Reino Unido e Dinamarca durante a Copa do Mundo, afirmou Rasmussen. "Seria muito bom se a Inglaterra ou Dinamarca ganhassem o campeonato", disse o executivo-chefe. "Se for um contra o outro [na final], ainda melhor."
Em abril, a produção de cerveja na Rússia caiu 3,7% em relação ao mesmo mês de 2009, após o governo do país ter elevado em 1º de janeiro o imposto sobre a bebida em 200%. A unidade da Carlsberg no Leste Europeu, que inclui os mercados da Ucrânia, Cazaquistão e Uzbequistão, apresentou queda de 27% nas vendas, em volume, de acordo com anúncio feito em 11 de maio.
"Os volumes caíram por causa da crise e ainda esperamos muito crescimento na Rússia", afirmou Rasmussen, no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. A Carlsberg, com sede em Copenhague, pretende aumentar sua participação de mercado na Rússia, segundo o executivo-chefe. No primeiro trimestre, a participação caiu para 39,1%, em comparação aos 40,9% do mesmo período do ano passado, embora a empresa não tenha repassado integralmente para os consumidores o aumento dos impostos.
A Carlsberg, que recentemente elevou sua participação na Chongqing Brewery, também tem planos para expandir-se em "mercados de crescimento estratégico" na Ásia, como China, Vietnã e Índia.
A empresa elevou sua presença na Chongquing como "parte da estratégia para expandir nosso papel na China e avançar ligeiramente mais para o Leste e ainda trabalhar com o governo local e nossos parceiros locais", afirmou Rasmussen.
Veículo: Valor Econômico