Na avaliação do cervejeiro e sócio-proprietário da Cervejaria Falke Bier, localizada em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Marco Antônio Falcone, que também é diretor do Sindicato das Indústrias de Cervejas e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas), a queda na cotação do dólar tem um forte impacto no setor. "Como os nossos principais insumos são importados, a cotação em baixa favorece a produção", afirmou.
Falcone ressalta, porém, que a queda da moeda americana não é suficiente para uma redução de preços, em virtude da carga tributária que pesa sobre as cervejarias artesanais. "Nós não podemos, por exemplo, fazer jus ao Simples Nacional. E apesar de sermos, na maioria, empresas pequenas, somos tratados como grandes", reclamou.
O empresário defendeu uma política de apoio ao setor que contemple a redução de impostos estaduais e federais. Segundo ele, a tributação atual impede um maior crescimento do setor. "Temos um produto, por exemplo, que sofreu aumento de 1.402% na tributação federal, porque a taxação está sendo calculada com base em uma estimativa de preço final de venda do produto", explicou.
O cervejeiro da Falke Bier acrescentou que os impostos representam quase 67% na composição dos custos de produção das cervejarias artesanais, que produzem produtos de qualidade diferenciada. "As cervejas mais baratas pagam menos impostos", ressaltou.
Ele espera forte crescimento da produção para o final do ano, com uma elevação de até 20% nas vendas. A cervejaria, fundada em 2004, produz uma média de 12 mil litros/mês.
Veículo: Diário do Comércio - MG