Impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo do brasileiro, o mercado cervejeiro se anima para investir na produção de cervejas premium. Grandes empresas -como Grupo Schincariol, AmBev e Heineken-, além de uma nova fabricante, a Companhia Brasileira de Bebidas Premium (CBBP), têm planos específicos para o segmento.
O Grupo Schincariol, que está entre as 15 maiores cervejarias do mundo e é a segunda do Brasil, afirma que o segmento mais que triplicou este ano, ante o mesmo período de 2009. Segundo o diretor de Cervejas da Schincariol, Guilherme Moraes, a empresa já ampliou a distribuição das cervejas premium para atender a demanda, que cresce acima do mercado da cerveja tradicional. "Enquanto o mercado de cervejas premium cresceu 12,2%, para a Schincariol este percentual foi de 41%", afirma ele. A Schincariol entrou no segmento em 2006, com a aquisição da Baden Baden e da carioca Devassa.
Segundo Moraes, foram dois os fatores responsáveis pelo crescimento da categoria premium no Brasil: o aumento da renda do brasileiro e a mudança de comportamento no consumo. No próximo ano, a empresa afirma que estão previstos mais lançamentos do setor. Atualmente a empresa possui três marcas de cerveja premium.
Moraes ainda arrisca dizer que parte do desenvolvimento do segmento deste tipo de cerveja no Brasil está relacionada com a contribuição da companhia. "Nossas aquisições em 2006 deram uma impulso ao mercado", diz Moraes.
Líder
A gigante AmBev, que tem como um dos seus fundadores Jorge Paulo Lemann, trabalha com a cerveja Bohemia e importa 11 outras cervejas de origem belga, uruguaia, argentina e alemã para o mercado brasileiro de cervejas premium. Mas, segundo o diretor das marcas premium da AmBev, Pedro Earp, a companhia é a precursora do setor, por meio de Bohemia, primeira cerveja do Brasil e líder do segmento. Sobre o potencial do mercado, o diretor crê que há espaço para crescer ainda mais.
"Em mercados desenvolvidos, o segmento representa de 15% a 20% do mercado total de cervejas. O aumento de renda da população é um dos fatores que podem impulsionar este tipo de cerveja no País, pois o público passa a ter interesse em experimentar produtos sofisticados, buscar bebidas para diferentes ocasiões de consumo", explica o diretor.
Capacidade
Este cenário também atrai investimento de multinacionais, como a alemã Heineken, que possui capacidade de produção de 19 milhões de hectolitros em suas oito fábricas espalhadas pelo Brasil. "Nossa produção e importação de cervejas premium vêm aumentando significativamente à medida que este mercado se mostra cada vez mais promissor", afirma o gerente sênior de marcas premium da Heineken Brasil, Herbert Gris.
De acordo com ele, o Brasil está em terceiro lugar no ranking de produção de cerveja no mundo, atrás da China e dos Estados Unidos. Por isso, a companhia investe em trazer novos produtos para o País. A Heineken Brasil aposta no crescimento constante do segmento. Em fevereiro deste ano, a empresa lançou no mercado nacional cinco novas cervejas voltadas àcategoria premium - um mercado que movimenta cerca de R$ 300 milhões ao ano. "As cervejas importadas também ajudam a rentabilizar a categoria porque elevam o tíquete e a margem média de toda a cadeia", explica Herbert Gris.
Segundo o executivo, a empresa vem fazendo investimentos significativos em seu portfólio premium. No início do ano, a Heineken Brasil lançou cinco marcas de cerveja premium: Amstel Pulse, da Holanda; Birra Moretti, da Itália; Edelweiss, da Áustria; Murphy's Irish Stout e Murphy's Irish Red, ambas da Irlanda.
A Heineken Brasil teve crescimento de 14,2% no primeiro semestre do ano no País, em comparação ao ano anterior. O Brasil está posicionado em sexto lugar no volume de produção nos negócios da Heineken no mundo.
Construção
Associado a um grupo de investidores, o empresário João Noronha resolveu investir no segmento de cervejas premium. Assim, ele criou a Companhia Brasileira de Bebidas Premium (CBBP). O primeiro passo da nova empresa foi a construção de uma fábrica em Pindoterama (CE) com aportes totais aproximadamente R$ 60 milhões, que, tem previsão de inauguração em fevereiro do ano que vem. Otimista, o empresário já projeta a construção de uma outra planta fabril no final de 2011, com investimento idêntico ao da primeira unidade. Juntas as plantas terão capacidade de produção de 300 milhões de litros de cerveja até 2014. "Já conseguimos incentivos fiscais na região para a segunda construção", conta Noronha.
De acordo com Noronha, a nova companhia vai concentrar sua atuação no eixo São Luís (MA) e Recife (PE). "Optamos por este segmento e nessa região, pois o mercado de cervejas convencionais é muito disputado com grandes empresas se digladiando. Pensamos em trazer produtos de qualidade para ganhar espaço na concorrência", afirma o empresário. Segundo ele, o nome da nova companhia já deixa explícito o interesse pela aquisição de empresas que atendam ao padrão de qualidade do grupo.
Antes mesmo de começar a produção, o empresário afirma que já está em fase final de negociação para aquisição de uma microcervejaria. A CBBP também negocia acordos para a importação de grandes marcas de cervejas. Com a forte concorrência, o presidente da CBBP projeta atingir uma fatia de 5% do mercado do segmento premium até 2012. A previsão é alcançar uma receita de R$ 120 milhões no primeiro ano de funcionamento da companhia.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), a participação das cervejas premium no Brasil ainda representa apenas 5% do mercado geral de cervejas, porém, o segmento mais que dobrou sua participação nos últimos dez anos, quando tinha somente 2%.
Entre 2007 e 2009, enquanto o mercado geral cresceu 11% em volume, o segmento premium cresceu 40% no Brasil.
Ainda de acordo com a entidade, a margem de lucro das cervejas premium chega a ser seis vezes maior que a das cervejas convencionais.
Impulsionada pelo aumento do poder aquisitivo do brasileiro, a indústria de cerveja se anima para investir na produção de cervejas premium. Grandes empresas -como Grupo Schincariol, AmBev e Heineken-, e uma nova fabricante, a Companhia Brasileira de Bebidas Premium (CBBP), têm planos ambiciosos para o segmento.
O Grupo Schincariol, que está entre as 15 maiores cervejarias do mundo e é a segunda do Brasil, afirma que o segmento mais que triplicou este ano, ante o mesmo período de 2009. Segundo o diretor de Cervejas da Schincariol, Guilherme Moraes, a empresa já ampliou a distribuição das cervejas premium para atender a demanda, que cresce acima do mercado da cerveja tradicional. "Enquanto o mercado de cervejas premium cresceu 12,2%, para a Schincariol este percentual foi de 41%", afirma ele. A Schincariol entrou no segmento em 2006, com a aquisição da Baden Baden e da carioca Devassa.
A gigante AmBev trabalha com a cerveja Bohemia e importa 11 outras cervejas de origem belga, uruguaia, argentina e alemã para o mercado brasileiro de cervejas premium. Segundo o diretor das marcas premium da AmBev, Pedro Earp, a companhia é a precursora do setor, por meio de Bohemia, primeira cerveja do Brasil e líder do segmento. Sobre o potencial do mercado, o diretor crê que há nele espaço para crescer ainda mais.
Este cenário também atrai multinacionais, como a alemã Heineken. "Nossa produção e importação de cervejas premium vem aumentando", afirma o gerente sênior de Marcas Premium da Heineken Brasil, Herbert Gris.
Veículo: DCI