Nas últimas décadas, a marca de sucos Maguary, fundada em 1953 pela família pernambucana Tavares Melo, passou pelas mãos da fabricante de cigarros Souza Cruz e das empresas de alimentos Nabisco e Kraft até retornar ao controle dos fundadores. Readquirida em maio do ano passado da Kraft, a Maguary passou neste ano por uma arrumação da casa, que incluiu a mudança e profissionalização da diretoria com a contratação de executivos de empresas como Louis Dreyfus, Parmalat, Cutrale, e a elaboração de um plano de reposicionamento da marca. "Como a produção de sucos não era a atividade principal das empresas que se revezaram no controle da Maguary, elas acabaram deixando de investir no lançamento de produtos e em publicidade", afirma Paulo Greco, gerente-geral de marketing da Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (Ebba), a dona da Maguary. "Queremos aproveitar o apelo da marca, que ainda é lembrada por 91% dos consumidores."
Segundo Greco, a Maguary vai se concentrar em relacionar a marca da Maguary ao consumo de produtos saudáveis. Para isso, contratou a agência de publicidade paulista Z +, subsidiária do grupo francês Havas, para trabalhar no reposicionamento de marketing e propaganda.
Um dos movimentos nessa direção é o lançamento de uma linha de sucos enriquecidos com vitaminas, voltado ao público infantil, que será seguido por mais três novos produtos.
Mercado. Dona de um faturamento de cerca de R$ 260 milhões em 2009, a Maguary detém 27,5% de market share no nicho de sucos concentrados, que são vendidos em garrafas. Somada à fatia de sua empresa-irmã, a Dafruta, criada depois da venda da Maguary para a Souza Cruz, nos anos 1970, a participação da Ebba atinge 53,7% desse mercado. No entanto, a ênfase, diz Greco, será dada aos sucos prontos de caixinha, um filão que movimenta R$ 1,6 bilhão por ano no Brasil, ou quatro vezes mais do que os sucos concentradas. "A Maguary não estava nesse mercado até ser recomprada", diz ele. "Saímos de uma base zero para 4,8% de participação nos sucos prontos."
Depois de crescer 50% em vendas em 2009 e mais 30% em 2010, a capacidade de produção das quatro fábricas da Ebba, duas delas situadas em Acarati (CE) e duas em Araguari (MG), está perto de se esgotar. "Ou compraremos uma fábrica de sucos já existente ou teremos de ampliar as nossas unidades'', diz Greco. "Esse é o ponto mais importante para continuarmos nosso plano de crescimento a uma taxa de 30% ao ano."
Veículo: O Estado de S.Paulo