A Coca-Cola Femsa Brasil, empresa do Grupo Fomento Econômico Mexicano (Femsa), a maior companhia de bebidas da América Latina, inaugurou ontem em Jundiaí (SP) sua 14ª linha de produção de refrigerantes. Com investimentos de US$ 30 milhões, a nova linha é a maior de garrafas PET retornáveis (Ref Pet) do mundo, segundo afirma o presidente mundial da Coca-Cola Femsa, Carlos Salazar.
Com a nova linha, a produção da fábrica passará de 283 milhões para 450 milhões de caixas por ano. A previsão é de que a linha de produção esteja funcionando a pleno vapor até o final de 2011.
De acordo com Salazar, o total produzido será de cerca de 1,6 bilhão de litros anuais de refrigerante.
Com mais de 178 mil metros quadrados, a planta da Femsa em Jundiaí é a maior do grupo no mundo. A expectativa da empresa é de que o índice de retorno das garrafas fique em 95%, com apenas 5% sendo considerados "quebra" (descarte do produto, ou uso indevido da embalagem, sem condição para seu reaproveitamento). "Para este ano, vamos investir cerca de US$ 300 milhões no País" diz Salazar.
A Femsa no Brasil confirma também o interesse na indústria leiteira nacional. "Estamos analisando o mercado" conta o executivo. De acordo com ele, a companhia já adquiriu em 2010, no Panamá, o Grupo Indústrias Lácteas Estrela Azul e Del Prado, dedicado à fabricação, venda e distribuição de leite, iogurte, sorvete, sucos e néctares de frutas e outros produtos. Ao deter a operação, a Femsa passou a atuar no setor do leite e de produtos da categoria. O presidente da Femsa no Brasil, Ricardo Botelho, diz que a companhia ainda não tem planos concretos para fazer projeções quanto À indústria de lácteos no País.
Interesse
De acordo com Salazar, o Brasil está no centro das atenções da companhia, que, no exercício de 2010, investiu mais US$ 200 milhões e pagou cerca de US$ 600 milhões de impostos.
Segundo o presidente da Femsa Brasil, Ricardo Botelho, os novos aportes no País para este ano são justificados pelo aumento considerável do volume de vendas da companhia na América Latina, puxado principalmente pelo desempenho do Brasil e da Argentina. "Faremos investimentos em infraestrutura para ampliação de capacidade fabril. Este é o caso da unidade de Belo Horizonte", explica Botelho.
Em outubro de 2010, a Coca-Cola Femsa investiu US$ 36 milhões na expansão de 20% da capacidade produtiva da planta de Belo Horizonte (MG). A unidade foi contemplada com a sétima linha de envase, o que amplia a capacidade de produção em 20%. A nova linha se destina ao envase de refrigerantes em garrafas de PET de 2 litros, principalmente Coca-Cola. Ainda de acordo com Botelho, a companhia deve investir em novas categorias, como água e sucos, que, apesar de não ultrapassar em valores absolutos a produção e venda de refrigerantes, "tiveram um crescimento expressivo" no resultado dos nove meses do ano passado: 15% e 10% respectivamente.
A Femsa, que é responsável por uma em cada dez Coca-Colas engarrafadas em mais de 212 países onde a marca está presente, teve seu resultado do terceiro trimestre do ano passado calcado performance brasileira e argentina. No período, a empresa mexicana teve lucro líquido de US$ 173 milhões, crescimento de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2009. A receita totalizou cerca de US$ 2 bilhões, uma queda de 1,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a companhia, o modesto incremento foi influenciado pela desvalorização da moeda da Venezuela e, se fossem contabilizadas em bases neutras para o câmbio, as receitas teriam avançado cerca de 13%.
A divisão da área central da América Latina - que compreende Colômbia, Venezuela, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica e Panamá -, no entanto, pressionou os resultados gerais do terceiro trimestre, marcando queda de 22,3% da receita. Já na divisão do Mercosul - que engloba Brasil e Argentina -, a empresa quase conseguiu compensar as perdas com um crescimento de 23,4% da receita total desses países, atingindo 8,123 bilhões de pesos mexicanos.
Quando se excluem os dados referentes aos negócios de cerveja - vendidos à holandesa Heineken no início do ano -, as receitas avançaram 23%, para 7,304 bilhões de pesos mexicanos. O volume de vendas na área do Mercosul cresceu 10,2% no período. A Coca-Cola Femsa produz e distribui Coca-Cola, Sprite, Fanta, Lift e outras marcas da Coca-Cola no México, na Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Argentina Venezuela.
No Brasil, sua atuação é concentrada na Grande São Paulo, em Campinas, Santos, Mato Grosso do Sul, parte do Estado de Goiás e Minas Gerais. A Companhia possui 31 fábricas na América Latina. A Coca-Cola Company tem participação acionária de 31,6% na Coca-Cola Femsa.
Veículo: DCI