Mineiro vira rei da água de coco na terra do Tio Sam

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Uma boa ideia pode, sim, se transformar em um excelente negócio, mas é preciso um pouco de sorte, persistência e muito planejamento. Foi o que aconteceu com o mineiro Rodrigo Veloso que, durante um MBA na Fundação Getulio Vargas (FGV), definiu estratégias para "se lançar" no mercado internacional.

 

Determinado, Veloso chegou aos Estados Unidos no final de 2005 e, no mesmo ano, fundou em Los Angeles, Califórnia, a revenda de bebidas funcionais naturais O.N.E. (One Natural Experience), uma ideia que, no início, pareceu bem complicada. "Eu tinha pela frente a árdua tarefa de introduzir no paladar norte-americano, marcado pela junk food, uma bebida saudável, tipicamente brasileira, mas ‘totalmente’ desconhecida na terra do Tio Sam."

 

Em 2006, Veloso lançou seu principal produto, a água de coco (O.N.E. Coconut Water). Em pouco mais de um ano, a empresa vendeu US$ 1 milhão. Em 2008, o faturamento atingiu US$ 10 milhões. Hoje a linha de produtos inclui diversos itens, todos eles à base de água de coco. "São bebidas que misturam o produto típico brasileiro a sucos de frutas tropicais, ervas, entre outras coisas", explicou.

 

Seis anos se passaram, o trabalho de convencimento de Veloso continua, mas o negócio tem dado certo. Em 2010, a O.N.E. faturou US$ 50 milhões e, para este ano, a meta é dobrar a receita, chegando a US$ 100 milhões.

 

Produção - Apesar da origem brasileira do fundador, a empresa não possui produção no Brasil. Quando começou, ela acontecia de maneira terceirizada na fábrica da Kero Coco (Pernambuco e Espírito Santo) mas, com o tempo e o crescimento na demanda, foi necessário construir fábricas próprias.

 

"Nós sabíamos que o Brasil não atenderia nossa demanda por matéria-prima, no caso a água de coco. Então buscamos países do sudeste asiático, onde há grande produção de coco e comercilização apenas da polpa. Lá encontramos o que precisávamos", lembrou Veloso, hoje Chief Executive Officer (CEO) da O.N.E.

 

A empresa mantém duas fábricas nas Filipinas e uma na Indonésia, onde são processados 3 milhões de cocos por dia. O fundador da O.N.E. explica que a intenção era trabalhar com matéria-prima que fosse considerada resíduo pela indústria. "No sudeste asiático eles vendiam a polpa do coco e a água era jogada fora", disse.

 

O negócio de Veloso deu tão certo que atraiu a atenção de uma das gigantes do mercado de food service, a Pepsico. Em 2009, a empresa realizou o primeiro investimento na O.N.E. e adquiriu algumas ações. Recentemente, ela fez novo aporte e assumiu o controle, com 51% das ações. "Em breve, a Pepsico deve comprar as ações restantes."

 

Veloso explica que o dinheiro será utilizado para financiar o crescimento da O.N.E. "A partir de agora a O.N.E. poderá utilizar o sistema de distribuição da Pepsico em todo o mundo. Com isso, poderemos chegar a muitos outros países e eu poderei alcançar a minha meta, que sempre foi vender US$ 1 bilhão em água de coco." Atualmente, a empresa comercializa seus produtos nos Estados Unidos e no Canadá e se prepara para entrar na Europa ainda este ano.

 

Para isso, ele sabe que o caminho não é fácil. O trabalho de comercializar a água de coco fora do Brasil é de convencimento. "Temos que apresentar o produto aos consumidores, com todas as qualidades e benefícios que ele traz. Cada vez que convencemos uma pessoa a deixar de tomar um refrigerante ou isotônico para tomar o nosso produto é uma vitória."

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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