A Coca-Cola, maior fabricante mundial de refrigerantes, anunciou aumento de 18% no lucro do segundo trimestre, impulsionada pelas vendas na América Latina e Ásia. No Brasil, o volume de vendas cresceu 1% no período, enquanto em todo o mercado latino-americano a alta foi de 6%, liderada pelo México (10%).
Nos primeiros três meses do ano, as vendas no mercado brasileiro já tinham mostrado avanço pequeno, de apenas 2%, frente aos 5% registrados no mundo. Em todo o ano de 2010, o volume vendido no país pela companhia subiu 11%. Quando divulgou os números de janeiro a março, a multinacional havia atribuído a desaceleração ao verão atípico, com chuva e temperaturas mais baixas.
No balanço divulgado ontem, a companhia informou que foi verificado crescimento nas vendas no mercado brasileiro nos refrigerantes com refil e no segmento de embalagens retornáveis, como reflexo do aumento da inflação. A empresa também citou ganhos em sucos e bebidas esportivas no Brasil. A partir da próxima segunda-feira, dia 25, começam a ser negociados na BM&FBovespa os recibos de ações da Cola-Cola (COCA11B).
No mundo, o lucro líquido do grupo somou US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre, o que representa US$ 1,20 por ação, em comparação aos US$ 2,37 bilhões, ou US$ 1,02 por papel, obtidos no mesmo período de 2010. Excluindo itens extraordinários, o lucro foi de US$ 1,17 por ação.
O executivo-chefe da multinacional, Muhtar Kent, defendeu estratégia focada na construção de novas fábricas em países emergentes e priorizou tamanhos de embalagens mais lucrativos no exterior para compensar limitações de aumento de preços nos Estados Unidos. A receita operacional líquida do segundo trimestre cresceu 13% na América Latina e 15% na divisão da Eurásia e África.
"A surpresa não é o crescimento dos mercados internacionais, mas o ritmo com que cresceram", disse o analista sênior de renda variável Philip Gorham, da Morningstar, em Chicago. "A Coca-Cola está investindo em distribuição nos mercados emergentes e ganhando pontos de venda."
As ações fecharam ontem em alta de 3,3%, cotadas a US$ 69,32 em Nova York. No ano, os papéis do grupo acumulam alta de 5,4%, enquanto os da PepsiCo, de 4,9%.
As vendas totais subiram 47%, para US$ 12,7 bilhões, auxiliadas pela aquisição da maior engarrafadora da empresa no ano passado. A estimativa média de 11 analistas era de US$ 12,4 bilhões. As vendas da Coca-Cola subiram 4% em volume na América do Norte.
A companhia anunciou que elevará os preços de suas bebidas no mercado norte-americano entre 3% e 4% no segundo semestre, depois de tê-los aumentados de 1% a 2% no segundo trimestre. A Coca-Cola repetiu a projeção de que seus custos com commodities podem subir em até US$ 700 milhões este ano. O aumento é puxado pelas altas dos plásticos derivados de petróleo.
Veículo: Valor Econômico