Os sócios e irmãos José Augusto Schincariol, Daniela Schincariol e Gilberto Schincariol Júnior, detentores de 49,55% da fabricante de bebidas Schincariol, vão à Justiça para reaver a compra de 50,45% da empresa pela japonesa Kirin, anunciada nesta segunda-feira à noite, por cerca de R$ 3,95 bilhões.
Em comunicado, os sócios afirmam que não reconhecem a legitimidade de qualquer negócio envolvendo a transferência das ações para terceiros. "A legislação e o estatuto social da Schincariol são claros nesse sentido. Nenhuma das partes pode ofertar suas ações a terceiros antes de garantir aos sócios o direito de preferência que lhes é assegurado. Qualquer tentativa de violação a esse direito será levada a exame judicial, com a necessária responsabilização dos infratores da norma sacramentada", dizem os sócios, no documento.
José Augusto, Daniela e Gilberto são filhos de Gilberto Schincariol, irmão do fundador da companhia de bebidas, Nelson Schincariol. Na segunda à noite, Adriano e Alexandre Schincariol, filhos de Nelson e detentores da holdingAleadri-Schinni Participações e Representações, venderam sua participação majoritária - de 50,45% - à Kirin Holdings Company Ltd., empresa japonesa com forte atuação no setor de bebidas, por R$ 3,95 bilhões. Segundo informações divulgadas ontem, José Augusto, Daniela e Gilberto Jr. têm direito de preferência de compra da parte de seus primos e foram surpreendidos com o anúncio da venda.
Segundo o comunicado, o negócio viola o estatuto da companhia que inclui cláusulas de que a venda do controle da Schincariol teria que ser feita sob algumas condições. A principal delas é que, antes da concretização da venda, os sócios majoritários teriam que avisar da venda a terceiros, com, no mínimo, 30 dias de antecedência, os outros sócios minoritários para que esses tenham tempo de elaborar uma proposta de compra da participação a ser vendida. Imediatamente, teriam a obrigação de revelar aos acionistas quem seria o comprador e os detalhes da proposta de compra, principalmente as condições de pagamento da participação colocada à venda. A empresa japonesa ainda não se manifestou sobre o assunto.
Veículo: DCI