Com apenas dois anos de comercialização, produto da Zona da Mata já é considerado o sétimo melhor do Estado.
Há apenas dois anos no mercado, a cachaça Taruana, produzida na Zona da Mata, alcançou resultados expressivos e está classificada como a sétima melhor do Estado. Com o apoio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o produtor Fernando de Castro Furtado conquistou o certificado 001 do IMA/Inmetro.
A cachaça é produzida desde 2007, na Fazenda São Luiz, que tem 125 hectares e está localizada em Taruaçu, distrito de São João Nepomuceno. Mas só passou a ser comercializada quando o processo de legalização junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi concluído, em 2009.
Nesse meio tempo, em 2008, Furtado passou a participar do projeto Certifica Minas Cachaça, do IMA, que tem por objetivo atestar a qualidade do produto mineiro.
Em 2009, após adotar as metodologias indicadas pelo IMA, a Taruana foi certificada pela primeira vez. A avaliação de todo o processo de produção da cachaça, que permite apenas 30% de não conformidade, atestou sua qualidade.
A partir daí, Furtado buscou o aperfeiçoamento para alcançar 100% de conformidade, percentagem necessária para a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). "Foi feita uma auditoria. Eles levaram uma amostra da cachaça para um laboratório credenciado pelo Inmetro e certificado pela Norma ISO 17025. Como estava tudo 100%, recebi a certificação em 2010 e o direito de usar o selo na cachaça", explica o produtor.
A auditoria realiza um diagnóstico desde a produção de cana até o engarrafamento final do produto, incluindo análise da água, controle de insetos e roedores. Verifica, ainda, se todos os funcionários são registrados, treinados e se utilizam equipamentos de segurança, entre outros itens.
Após a aprovação do Inmetro, a utilização do selo fica garantida pelo período de um ano, quando uma nova auditoria vai indicar se o produto continua com 100% de conformidade.
A Taruana é destilada em alambique de cobre e curtida em tonel de castanheira. Para produzir 300 litros de cachaça por dia, Fernando Furtado conta com o apoio de oito funcionários. Visando minimizar os custos, o produtor mantém carros de boi para carregar a cana e aproveita todo o resíduo gerado com a produção.
O vinhoto, uma pasta que sobra após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar, é utilizado como fertilizante para o solo. Já a "cabeça" e a "cauda" (o início e o final da destilação) são reaproveitadas como álcool combustível para uso próprio. "A comercialização deste álcool combustível é proibida, mas utilizo o produto em veículo próprio que roda as cidades para vender a Taruana", relata Furtado.
Certificação - Toda cachaça artesanal de alambique produzida no Estado e registrada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pode obter a certificação do IMA. Desde 2008, quando a certificação foi criada, foram certificadas 174 marcas de cachaças de 151 alambiques mineiros.
Para participar, o produtor deve fazer o requerimento em uma unidade do IMA. São solicitados, inicialmente, documentos como CPF ou CNPJ, registro do responsável técnico pelo estabelecimento e registro da marca e do estabelecimento no Mapa. Então o produtor assina um contrato que descreve suas obrigações e as do instituto.
Concluído o processo administrativo (documentos e descrição do empreendimento), o IMA planeja uma auditoria inicial. Se o estabelecimento estiver dentro dos padrões exigidos, emite o Certificado, atestando o processo de produção como Cachaça Artesanal de Alambique. De posse do certificado, o produtor solicita ao Instituto a autorização para confecção e uso do selo de certificação que deve ser afixado no produto, em modelo próprio.
Para o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, a certificação ajuda a impulsionar o mercado. "Além de valorizar o produto e ter garantia de boa procedência, o produtor qualificado expande seu mercado, fomentando o agronegócio mineiro", afirma.
Veículo: Diário do Comércio - MG