Com 98% da produção exportada e ainda lastreada em dólar, a indústria brasileira de suco de laranja, a maior do mundo, comemora a recente disparada da moeda norte-americana, mesmo sem ter ainda uma avaliação quanto a se a alta persistirá no longo prazo. "Para a laranja a alta é ótima; o dólar acima de R$ 1,70 torna a indústria de suco viável, já que abaixo desse patamar produzir é praticamente um suicídio para a indústria", disse Christian Lohbauer, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
De acordo com ele, ao contrário das altas da cotação da bebida no mercado internacional, que se refletem nos contratos apenas seis meses depois, a valorização do dólar tem reflexo imediato para a indústria. "O impacto é agora, já que os pagamentos são feitos sem intervalo", disse. Lohbauer afirmou que não vê um motivo para a forte alta do dólar, nem sabe se a valorização continuará. "Ainda tento entender o real motivo dessa alta", concluiu.
Já para os produtores de laranja, a alta do dólar é praticamente inócua. Com a desvalorização da moeda nos últimos anos, os contratos em dólar desapareceram do mercado e foram substituídos pelos feitos em real.
O Brasil é o maior produtor e o principal exportador mundial de suco de laranja, com uma receita anual superior a US$ 2 bilhões com a venda da bebida no mercado externo.
Na semana passada Lohbauer disse, em entrevista ao DCI, que a indústria da citricultura brasileira, que está em um período de estagnação, precisa se reestruturar para não encolher. A causa do alarme é a queda do consumo mundial de suco de laranja, a falta de investimentos no campo e os altos custos de produção.
Veículo: DCI