Budweiser supera expectativas

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Tudo o que a fábrica está produzindo está vendendo.



As vendas da cerveja norte-americana Budweiser, que chegou ao Brasil há praticamente um mês, superou as expectativas da Ambev em relação à procura. "Há quatro semanas, que é o tempo que começamos as vendas, tudo o que a gente está produzindo está vendendo. Ainda não temos muita comparação, mas o primeiro índice que se avalia no lançamento de um produto é a recompra e ela está acontecendo", disse o presidente da Ambev, João Castro Neves.

O produto é fabricado na unidade de Jacareí, no interior de São Paulo, a maior da companhia, com capacidade instalada de 14 milhões de hectolitros de bebidas por ano. Lá são produzidas, além da Budweiser, Stella Atrois e Bohemia Confraria. A Ambev não divulga, entretanto, a produção por marca de produtos.

Segundo Castro Neves, devido à alta procura, as regiões-foco da Budweiser são o Rio de Janeiro e São Paulo. A cerveja está disponível nos formatos lata, long neck e garrafa de 600 ml. De acordo com o diretor regional da companhia em São Paulo, Eduardo França, em 10 dias de vendas na região foi comercializado o que estava previsto para o mês inteiro.

"São Paulo é o maior mercado de cervejas do país, mas está maduro, não está crescendo muito. O consumidor então quer conhecer coisas novas e com o aumento de renda da população a categoria Premium, na qual se encaixa a Budweiser, é a mais desejada", explicou o executivo. Em cerveja, a marca líder da companhia na região é a Skol, com participação entre 32% e 33%. No segmento de refrigerantes, a liderança é do Guaraná Antártica

Na cidade de São Paulo, a Ambev possui dois Centros de Distribuição Direta (CDD), o da Mooca, que atende os bairros do centro e do noroeste, e o de Diadema, que abrange parte da Zona Sul e o ABCD. São mais de 12 mil pontos de venda que incluem supermercados, bares e o varejo tradicional, como armazéns, lojas de conveniência, padarias, entre outros.


Dólar - O presidente da Ambev, João Castro Neves, avalia que a recente valorização do dólar não pressionará custos nem prejudicará a dívida da empresa. Segundo ele, para todo o setor, se a moeda norte-americana continuar no patamar de R$ 1,90 até R$ 2, o impacto negativo será nos custos de produção, como embalagens, alumínio, malte e lúpulo, que podem ficar mais caros.

"No nosso caso, no curto prazo não teremos problemas.  política da empresa fazer um hedge de commodities e moeda de 12 meses. Então, se for ter efeito, só em agosto do ano que vem", disse o executivo durante sua visita a bares e supermercados de São Paulo por conta da mobilização global da Ambev e da ABInbev pelo consumo responsável de bebidas alcoólicas, que incentiva os estabelecimentos comerciais a solicitarem do consumidor a carteira de identidade provando que ele não é menor de idade.

O mesmo se aplica ao efeito da valorização do dólar no aspecto financeiro. "Primeiro que hoje temos uma alavancagem baixa e para toda a dívida que tomamos fazemos o hedge da dívida e da moeda", explicou. Ao final de junho, a dívida total da empresa era de R$ 5,056 bilhões. O caixa e equivalentes encerrou o período, sem incluir as aplicações financeiras correntes, em R$ 5,226 bilhões.

Castro Neves ressaltou que ainda é muito cedo para saber se a trajetória de alta do dólar irá continuar. "São somente três semanas desse movimento. Está difícil saber onde vai parar essa volatilidade", declarou. "Se voltar para R$ 1,60 até R$ 1,70, o impacto será nenhum. Se ficar nesse patamar alto, além do custo, há o risco de inflação mais alta, o que é ruim em termos de consumo", disse.

Questionado sobre as expectativas para as vendas no verão 2011/2012, o presidente da Ambev se mostrou mais cauteloso. "Normalmente eu sou sempre animado, otimista com as vendas nesse período. Mas esse cenário de muita volatilidade preocupa. Posso dizer que estou um pouquinho menos otimista. Mas trabalhamos o ano inteiro em inovações e lançamentos, tanto que este ano será recorde em investimentos da companhia no país para sempre surpreendermos o consumidor com uma diversificação de produtos." (AE)


Veículo: Diário do Comércio - MG


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