Kirin assume o desafio de retomar as vendas da Schin

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Cervejaria japonesa teve aval da Justiça de São Paulo para iniciar a gestão da empresa brasileira


Iniciada há dois meses com a venda de parte da Schincariol para a cervejaria japonesa Kirin por R$ 3,95 bilhões, a briga judicial entre os sócios da companhia brasileira parece ter chegado ao fim esta semana com a cassação da liminar que impedia que a negociação fosse concretizada. Entretanto, a principal prejudicada com o imbróglio familiar deve ser a própria empresa brasileira de bebidas, que deve perder ainda mais participação de mercado por conta da queda de braço que envolveu os sócios nos últimos meses.

A negociação de 50,45% que pertencia à holding Aleadri Schinni para a Kirin ocorre em um dos piores momentos para a companhia no mercado. Em menos de um ano, a participação da Schincariol no concorrido segmento de cervejas caiu 1,3 ponto percentual, de acordo com dados da consultoria Nielsen. (veja quadro ao lado)

“Em qualquer empresa, uma disputa no comando provoca perda no mercado pois desvia todas as atenções para a parte interna”, afirma Adalberto Viviani, presidente da consultoria Concept e especialista no mercado de bebidas.

Sinal verde

O desafio da Kirin de retomar as vendas da Schincariol deve começar nos próximos dias. A liminar que impedia a cervejaria japonesa de atuar na empresa brasileira foi cassada na última terça-feira, 11, pela Justiça de São Paulo por meio de julgamento realizado pela Câmara Reservada de Direito Empresarial. Em comunicado, os sócios minoritários, representados pela holding Jadangil, que detém 49,55% da Schincariol, afirmam que um recurso já está sendo elaborado contra a decisão desta semana.

 “Eles poderão recorrer no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, mas não será um recurso fácil. O julgamento realizado pela Câmara foi muito técnico e será muito difícil derrubar essa decisão”, diz o advogado Fábio Ozi, sócio do escritório Mattos Filho, que assessora a holding Aleadri Schinni no processo. Já os trabalhos para a empresa japonesa são realizados pelo escritório Tozzini Freire Advogados.

Questionados sobre a relação com os sócios minoritários que eram contrários à negociação, representantes da Kirin que não quiseram se identificar comentaram que “medidas serão tomadas por serem os novos controladores” e que “vão exercer os mesmo direitos dos antigos donos com um tratamento equilibrado” junto aos sócios minoritários.

A Kirin não quis comentar sobre a suposta oferta de R$ 2,5 bilhões oferecida aos sócios minoritários da Schincariol.


Veículo: Brasil Econômico


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