Produção de cevada cresce no Sul do país

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A inauguração da maltaria de Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, prevista para o segundo semestre de 2012, obrigará a Ambev a dobrar a aquisição de cevada nos três Estados do Sul. Neste ano a empresa negociou a compra da matéria-prima cultivada em 55,2 mil hectares na região, que devem render até 138 mil toneladas, e a duplicação vai ocorrer no "médio prazo", conforme o diretor agroindustrial, Marcelo Otto.

Cerca de 2 mil produtores do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina recebem sementes, insumos e assistência técnica para fornecer cevada à Ambev. Eles suprem 75% das necessidades de matéria-prima da maltaria em Porto Alegre (a única do país até agora). Em Passo Fundo, a capacidade inicial será de 110 mil toneladas por ano. Enquanto o aumento da produção não for suficiente, a Ambev ampliará compras na Argentina e Uruguai.


Demanda da Ambev dobra e dá impulso à cevada no Sul

A inauguração da maltaria de Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, prevista para o segundo semestre de 2012, obrigará a Ambev a dobrar a aquisição de cevada nos três Estados do Sul do país. Neste ano a empresa negociou a compra da matéria-prima cultivada em 55,2 mil hectares na região, que devem render uma produção de até 138 mil toneladas, e a duplicação vai ocorrer no "médio prazo", de acordo com o diretor agroindustrial Marcelo Otto.

Cerca de 2 mil produtores diretos e indiretos (via cooperativas ou cerealistas) do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina recebem sementes, insumos e assistência técnica e fornecem cevada para a Ambev. Eles suprem 75% das necessidades de matéria-prima da maltaria da empresa em Porto Alegre (a única no país até agora), onde são produzidas 90 mil toneladas de malte por ano.

Em Passo Fundo, a capacidade inicial de produção será de 110 mil toneladas de malte por ano e enquanto o aumento da área plantada não for suficiente para garantir o abastecimento local da planta, a empresa vai ampliar a importação de matéria-prima da Argentina e do Uruguai. Conforme Otto, a Ambev mantém uma relação semelhante com produtores dos dois países, que já suprem 25% da demanda da unidade de Porto Alegre.

Na Argentina, a área contratada neste ano foi de 214 mil hectares, suficiente para abastecer com sobras a maltaria local da empresa, que produz 205 mil toneladas por ano. No Uruguai, a área chegou a 96 mil hectares, que também geram um excedente em relação à demanda das duas fábricas no país, onde a produção anual de malte alcança cerca de 240 mil toneladas.

Na região Sul do Brasil, a área contratada pela Ambev neste ano já supera em 17% a de 2010. Ao mesmo tempo, a produção esperada, de 138 mil toneladas, é 35% maior do que a do ano passado, graças ao aumento estimado do rendimento médio por propriedade de 2.170 para até 2.500 quilos por hectare no período, favorecido pelas boas condições climáticas.

O volume de produção corresponde ainda a 47,6% de toda a safra do produto no Brasil, que é concentrada no Sul do país, conforme a primeira projeção da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). De acordo com Otto, a colheita da cevada na região começa neste mês, mas o pico da safra ocorre em novembro.

Conforme o executivo, a maltaria de Passo Fundo também foi projetada para dobrar de tamanho no futuro. O investimento na primeira fase é de R$ 100 milhões, mas poderá chegar a R$ 200 milhões na segunda etapa. As fábricas de malte da empresa no Brasil, Argentina e Uruguai fornecem, em média, 85% a 95% do insumo utilizado na produção de cerveja pela Ambev nos três países e também no Peru, Equador, Guatemala e República Dominicana.


Veículo: Valor Econômico


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