Primo da tequila, mezcal chegará ao Brasil em novembro

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Produzido há 400 anos, esse destilado extrapola fronteiras e conquista mercados americano e asiático


Produzido há 400 anos, o mezcal só será importado comercialmente no Brasil a partir do mês que vem.

O país receberá sua primeira remessa desse tradicional destilado mexicano, cujo sucesso quer alcançar o da tequila. A WLV (0/xx/11/2364-1789), que está trazendo a bebida, terá cinco marcas e três estilos diferentes, com preços entre R$ 50 e R$ 120.
Até pouco tempo considerada bebida popular e de baixa qualidade, o mezcal cedeu espaço à tequila -tecnicamente, um tipo de mezcal.

Com a denominação de origem obtida em 1978 e uma forte indústria por trás, a tequila logo se tornou o produto mexicano mais conhecido no mundo. "O cinema mexicano dos anos 1950 ajudou a fortalecer a imagem de bebida revolucionária, ao apresentar mariachis bebendo tequila", diz a cozinheira mexicana Lourdes Hernández.

A imagem do mezcal começou a mudar nos anos 1990, com a denominação de origem (1995) e a regulamentação de sua produção (grande parte dela de pequenas destilarias). Uma pesquisa do Comitê Nacional do Mezcal, de 2009, apontou que 41% dos mexicanos veem o mezcal como uma bebida de qualidade, contra 23% em 2006.
"Existe um espaço especial para o mezcal, que é um produto mais artesanal", diz Hugo Delgado, sócio do restaurante Obá, em São Paulo, que vai servir a bebida.

O que torna o mezcal o queridinho do momento dentro e fora do México é sua incrível variedade. Enquanto a tequila é feita apenas de um tipo de agave, o azul, o mezcal pode ser elaborado a partir de pelo menos 30 espécies diferentes da planta, conhecida no México como maguey. Além disso, ele é feito em sete Estados, enquanto a tequila só pode ser chamada assim se for produzida em Jalisco.

Outro fator que favorece sua diversidade são os "blends": misturas de diversos tipos de agave. "Essas diferenças explicam o que leva o mezcal a ser considerado uma bebida premium e apreciada nos mercados americano e asiático", diz a especialista Angélica Cruz Barrera, no livro "Mezcal, Our Essence".

Em NY, que, ao lado de Londres, dita as tendências mundiais em coquetelaria, o mezcal é o destilado da vez. De teor alcoólico geralmente mais alto e sabor defumado -fruto de seu cozimento em fornos construídos no chão com lenha e pedras quentes -, o mezcal é a estrela principal de bares como o Mayahuel, em East Village. É, também, a única bebida servida no recém-inaugurado Bar Ilegal, em Austin (Texas).
De dois anos para cá, as mezcalerias também viraram febre no México. As exportações cresceram. Em 2010, foram 422,8 mil litros, contra 273,9 mil no ano anterior.


GUSANO NÃO PODERÁ VIR COM A BEBIDA

Ainda não é desta vez que o gusano (termo coloquial para vermes), que vive nos magueys e é geralmente encontrado em garrafas de mezcal, vai dar o ar da graça aqui. Há barreiras fitossanitárias que dificultam sua chegada. É preciso comprovar que a larva não faz mal para obter autorização.


Veículo: Folha de S.Paulo


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