Dólar e renda apoiam venda de espumantes

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Para este ano, a expectativa é de alcançar 15 milhões de litros da bebida, crescimento de 20%.



Não serão somente os produtos alimentícios de maior valor agregado que se beneficiarão do aumento da renda da população brasileira. O setor de vinhos e espumantes nacional também está otimista para as vendas de final do ano. Com maior poder de compra, a população acaba experimentando bebidas mais caras, como vinhos e espumantes, bebidas estas que também são relacionadas ao status social. Além disso, a valorização do dólar ante o real diminui a quantidade de itens importados para o final do ano, impulsionando as vendas dos produtos nacionais.

Em 2010, conforme dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), foram vendidos 12,5 milhões de litros de espumantes elaborados no Rio Grande do Sul, responsável por 90% da produção nacional. Para este ano, a expectativa é de alcançar 15 milhões de litros da bebida, crescimento de 20%. Segundo o instituto, o quarto trimestre é responsável por 60% das vendas totais do ano.

Líder na comercialização de espumantes, a Salton aguarda um crescimento de 15% no faturamento do ano, para um montante superior a R$ 270 milhões. A empresa também comercializa vinhos, frisantes e conhaque. Somente para frisantes, vinhos e espumantes, a Salton projeta vendas de 18 milhões de litros de bebidas no ano ante 16,3 milhões de litros em 2010.

A Vinícola Perini, de Farroupilha (Rio Grande do Sul), uma das cinco maiores produtoras de espumantes do país, por exemplo, projeta um crescimento de 20% a 25% na venda de seus espumantes para o ano. Segundo o gerente comercial da vinícola, Franco Perini, a abertura de novos mercados em São Paulo, no Centro-Oeste e no Nordeste, esse último, impulsionado pelo aumento de renda dos consumidores, sustenta a expectativa otimista.

Já a também gaúcha Miolo Wine Group, uma das maiores empresas do setor, quer vender 30% a mais de espumantes neste ano ante o ano passado. A previsão para o final do ano é manter esse porcentual e chegar a 4,2 milhões de garrafas comercializadas.

A empresa informou que todas as linhas de produtos têm mantido um crescimento constante. O diretor comercial da Miolo, Alexandre Miolo, atribui essa expansão de vendas à consolidação da qualidade dos espumantes brasileiros tanto no mercado interno quanto externo. Fruto do trabalho intenso das empresas do setor junto aos consumidores.

Na categoria de vinhos finos, a Ibravin espera um crescimento de 11,1% em 2011, passando de 18 milhões de litros no ano passado para 20 milhões de litros. Assim como os espumantes, a concentração de vendas da bebida se dá no final do ano, quando as pessoas procuram vinhos para presentear ou para serem consumidos nas festas de final do ano. Até outubro, as vendas de vinhos finos subiram 7% ante o mesmo período de 2010. Se somado aos vinhos de mesa, a expansão projetada para 2011 é de 9,9%, para 255 milhões de litros comercializados.

O otimismo para as vendas dessas bebidas não fica somente nas grandes empresas, que já possuem marcas consolidadas no país. A Vinícola Domno do Brasil, da família Valduga, que está no mercado há apenas três anos, vislumbra um crescimento de 30% na comercialização de vinhos e espumantes em 2011, com 900 mil garrafas. Metade das vendas deverá ocorrer neste final do ano. Em 2010, a Domno vendeu 700 mil garrafas, sendo 90% espumantes.

O cenário positivo para o setor continuará em 2012, de acordo com especialistas. A indústria já sinaliza que aumentará sua produção para atender a demanda dos consumidores no período. A Domno, por exemplo, aumentará a sua produção de vinhos e espumantes para além de 1 milhão de garrafas. A Salton já investiu R$ 8 milhões neste ano em uma segunda linha de produção para aumentar sua capacidade em até 80%.


Importações - Outro fator impulsionador para a venda de vinhos e espumantes nacionais é a diminuição da importação dos produtos importados para o final do ano. Conforme dados da Ibravin, em 2010, com o dólar desvalorizado ante o real, foram trazidos ao país 75,3 milhões de litros das bebidas, crescimento de 30% ante 2009. Neste ano, até outubro, o acréscimo nas importações de vinhos e espumantes foi de apenas 2,7%, com 60 milhões de litros.

A expectativa é que as importações fiquem em torno dos 75 milhões de litros do ano passado ou até caiam. A Ibravin explica que os produtos importados para o final do ano geralmente chegam até o mês de outubro para serem comercializados em novembro e dezembro.  importante lembrar que o dólar registrou forte valorização no final de setembro e se mantém em patamar superior ao de 2010, o que dificulta as importações dos produtos.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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