O consumo vem mostrando tendência de melhora nos Estados Unidos, com o aumento no volume de viagens e mais pessoas saindo para jantar fora, segundo o executivo-chefe da Coca-Cola, maior produtora mundial de refrigerantes.
Muhtar Kent disse que vê os consumidores no país menos "confusos" em comparação ao mesmo período de 2011 e que a sensação de maior otimismo ficou evidente nos resultados.
"Estamos vendo elementos iniciais positivos em termos de sentimento do consumidor, com mais viagens e refeições fora [de casa]", disse Kent. "Há certos sinais de que o consumidor está com menos problemas". A economia dos EUA mostra sinais de vida, mais notavelmente na criação de empregos.
Kent, que vinha criticando a política tributária para as empresas dos EUA, disse que o mercado doméstico da Coca-Cola foi beneficiado pela flexibilidade das leis trabalhistas e por vantagens demográficas.
As vendas no mercado de refrigerantes nos EUA, no entanto, vêm passando por dificuldades e a Coca-Cola não é exceção. As vendas, em volume, de bebidas carbonatadas nos EUA ficaram estagnadas no quarto trimestre, enquanto as de bebidas sem gás subiram 3%, de forma que, no total, houve aumento na América do Norte.
A Coca-Cola prevê que o impacto das despesas com commodities neste ano cairá pela metade em relação a 2011, mas pretende continuar elevando seus preços. A empresa reajustou em 4% as bebidas com gás em 2011, na América do Norte. A Coca-Cola também anunciou o lançamento de um programa de "produtividade" para cortar custos, com o qual espera economizar até US$ 650 milhões até 2015. A companhia pretende usar esses fundos para compensar os custos com commodities e investimentos em marketing.
O anúncio chega antes da divulgação do lucro da PepsiCo, marcado para hoje. Analistas acreditam que a rival da Coca-Cola deverá divulgar seus próprios planos para reduzir custos, como parte de esforços para voltar a investir em suas operações de bebidas com gás na América do Norte. A Coca-Cola pode ter de aumentar ainda mais os investimentos neste ano para manter a vantagem em participação de mercado sobre a PepsiCo, segundo analistas.
Anteontem, a Coca-Cola divulgou lucro de US$ 1,65 bilhão no quarto trimestre, 71% a menos do que em relação ao mesmo período de 2010, quando a empresa contabilizou ganhos adicionais relacionados à aquisição de suas engarrafadoras. A receita operacional cresceu 5%, para US$ 11 bilhões. Os números superaram as expectativas em Wall Street.
Veículo: Valor Econômico