Empresas promoveram alteração para não ter de exibir alerta contra o câncer nas embalagens
A Coca-Cola Co. e a PepsiCo Inc. estão alterando a composição do corante caramelo dos seus refrigerantes por causa de lei aprovada na Califórnia determinando que bebidas contendo um determinado nível de substâncias carcinogênicas devem trazer um rótulo de advertência.
As empresas informaram que mudanças serão realizadas em todo o país para racionalizar seus processos de fabricação. As mudanças já foram feitas no caso de bebidas vendidas na Califórnia. As duas companhias, Coca e Pepsi, respondem por quase 90% do mercado americano de refrigerantes, segundo a empresa de análise do setor Beverage Digest.
"Os consumidores não notarão nenhuma diferença nos nossos produtos e não terão nenhum motivo para preocupações quanto à saúde", informou A American Beverage Association, que representa todo o setor.
Representante da Coca-Cola, Diana Garza-Ciarlante, disse que a empresa orientou seus fornecedores de caramelo a modificar seus processos de manufatura para reduzir os níveis da substância química metilimidazol 4, que pode ser formada durante o processo de cozimento. Traços dela podem ser encontrados em muitos alimentos.
"Embora acreditemos que não há nenhum risco à saúde que justifique qualquer mudança, pedimos aos nossos fornecedores para adotarem as medidas para que nossos produtos não fiquem sujeitos a exibir um rótulo de advertência cientificamente infundado", disse Diana, em uma mensagem eletrônica.
Em fevereiro o Center for Science in the Public Interest, grupo de defesa do consumidor, entrou com uma petição na FDA, agência que controla alimentos e medicamentos nos EUA, para que seja proibido o uso do corante de caramelo de sulfito de amônia.
Um porta-voz da agência disse que a petição está sendo analisada. Mas observou que o consumidor teria de ingerir mais de mil latas de refrigerante por dia para atingir as doses administradas nas cobaias e que mostraram ter um elo com câncer.
A American Beverage Association observou que a Califórnia acrescentou o corante à sua lista de substâncias carcinogênicas sem nenhum estudo mostrando que elas provocam câncer em humanos. Disse que a lista foi baseada só num estudo feito com ratos e camundongos de laboratório.
Veículo: O Estado de S.Paulo