A americana Brown-Forman, fabricante do uísque Jack Daniel's, vai dobrar o investimento em marketing no Brasil, para US$ 10 milhões, no próximo ano fiscal, que começa em maio.
Faz exatamente dois anos que a Brown-Forman abriu no Brasil o seu sétimo escritório mundial. Mas a representatividade do país no balanço da empresa continua tímida: menos de 3% da receita global que, no último ano fiscal (encerrado em 30 de abril de 2011), foi de US$ 3,4 bilhões.
Cerca de 60% dos US$ 10 milhões a serem aplicados no mercado brasileiro deve ir para o carro-chefe da companhia, a marca Jack Daniel's, diz o diretor de marketing da Brown-Forman, Gustavo Novaes Zerbini. "Vamos promover ações de degustação em bares e restaurantes, com promotores indicando opções de consumo da bebida, além de levar a marca para eventos nossos e de terceiros", afirma Zerbini. Também estão previstas ações de merchandising em supermercados, com a promoção de embalagens especiais.
A meta da empresa é fechar o próximo ano fiscal com alta de 40% nas vendas. Para isso, também está promovendo a bebida Cutty Sark, que desde o fim do ano passado passou a integrar o seu portfólio. O uísque, produzido pelo The Erdington Group, era comercializado no Brasil pela Campari.
Segundo gerente de Cutty Sark, Dante Grassi, trata-se de uma bebida à base de cevada e grãos, com uma formulação mais suave que a dos uísques tradicionais. "O Cutty Sark pode perfeitamente ser misturado a outras bebidas, como água de coco, energético e refrigerante, agradando o paladar dos jovens adultos", diz o executivo. No alvo da Brown-Forman, estão os jovens entre 19 e 25 anos. "Nas baladas, eles não bebem uísque, mas sim vodca, e queremos mostrar que o Cutty Sark pode acompanhar as mesmas combinações em coquetéis que a vodca", diz Grassi.
Segundo a empresa, o mercado de uísques importados no Brasil gira em torno de 4,5 milhões de caixas ao ano (nove unidades em cada uma), o que gera uma venda anual em torno de US$ 200 milhões. No Brasil, o consumo de Jack Daniel's ainda é modesto: cerca de 80 mil caixas. Ainda assim, o volume é o dobro do verificado no ano anterior, diz Zerbini, o que reforça a tese da empresa de que há espaço para fazer a marca crescer no país.
No Brasil, o Jack Daniel's representa 35% do volume comercializado pela Brown-Forman e 60% do faturamento da companhia. Hoje, a bebida está presente em 5 mil pontos de venda. "Nossa meta é dobrar o número de pontos de venda, para fazermos frente ao nosso principal concorrente", diz Zerbini, referindo-se ao uísque Red Label, da inglesa Diageo, sem citar prazo.
Ontem, a Brown-Forman divulgou o balanço do terceiro trimestre do ano fiscal de 2012 (novembro a janeiro). As vendas somaram US$ 959 milhões, 0,4% inferior ao mesmo período anterior. Nos primeiros nove meses, a empresa vendeu 8% a mais, somando US$ 2,8 bilhões. O resultado, segundo a empresa, foi impactado pelo dólar mais fraco e pela venda da operação de vinhos para a chilena Viña Concha y Toro.
Veículo: Valor Econômico