Cachaça artesanal busca seu espaço entre os destilados

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Os produtores de cachaça artesanal de São Paulo, com base em São José dos Campos, esperam que a realização da Copa do Mundo, em 2014, seja um divisor de águas para a colocação do destilado no mercado. Para eles, a Copa deve ajudar a internacionalizar a cachaça como o grande destilado do País, e o importante é mobilizar-se desde já para defender o produto.

A Associação Paulista dos Engenhos de Cachaça Artesanal, fundada pelo proprietário do Alambique do Antenor, Flávio José Castro Ferreira, tem pouco apoio do governo federal para se estabelecer como o principal produto brasileiro neste segmento, particularmente os pequenos fabricantes. "A legislação anula o pequeno produtor de cachaça, são 72% de tributos sobre o produto e isto vem desde o império; a cachaça é hipertaxada, o que é um absurdo", reclama o produtor.

Alambiques

Somente no trecho paulista do eixo Rio-São Paulo existem atualmente 268 alambiques. Cerca de 10% deles produzem entre 700 mil a 1 milhão de litros por ano.

Produto tipicamente brasileiro, a cachaça voltou à cena e ganhou as manchetes mundiais este ano. O governo nacional exigiu o reconhecimento dos Estados Unidos, que ela seja tida como uma bebida única, genuinamente brasileira, além da abertura deste mercado para os produtores nacionais.

Em abril, a presidente Dilma Rousseff entrou nas terras de Tio Sam com um livro de cachaça no valor de R$ 200 mil. Brilhantes e ouro na garrafa para o presidente americano Barack Obama para sepultar de vez a história de classificá-la como 'rum brasileiro'. Grande parte da matéria-prima da cachaça artesanal parte de Caçapava, localizada no bairro rural de Piedade. Essa produção é levada tão a sério que o município fornece 40% da matéria-prima para alambiques artesanais das redondezas, grande parte situada no Vale do Paraíba paulista, na porção fluminense, parte de Minas Gerais e interior de S. Paulo.

Isto vem sendo prejudicado com o descaso governamental.

"A presidente Dilma fez mais um agrado aos Estados Unidos, a cachaça não tem o apoio existente na Tequila, no Scott e em bebidas típicas de outros países. A cachaça de alambique vem se elitizando, o custo é elevado para o consumo interno e para exportar é altíssimo. Além disto, 95% dos alambiques são informais, falta uma política para o pequeno produtor", ressalta o produtor de região, Castro Ferreira.

Potencial

Para o produtor do Alambique Januzzi, com 90 anos de existência no Município de Caçapava, Roberto Januzzi Filho, apesar de a cachaça já ter apreciadores no exterior, seu potencial ainda é inexplorado pelas dificuldades existentes e falta de apoio oficial.

"A Copa do Mundo deve internacionalizar a cachaça como o grande destilado brasileiro, mas se não nos mobilizarmos para isto perderemos uma oportunidade única na história do destilado nacional", observou Januzzi.

 
Veículo: DCI


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