Vinhos ainda sem repasse da alta do dólar

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A alta do dólar não acarreta, necessariamente, um aumento imediato nos preços de vinhos importados para o consumidor da capital mineira. O diretor da Enoteca Decanter BH, Flávio de Morais, afirma que seu estabelecimento tem absorvido a valorização da moeda norte-americana, ao admitir que a cotação do dólar acima de R$ 2 impactou muito nas importações de vinhos e alimentos.

"Os preços do nosso catálogo são fixos e em reais, ao contrário de algumas importadoras de vinhos que têm catálogos em dólar", observa Morais. "Com relação aos alimentos, temos um cardápio fechado e não podemos repassar os preços", ressalta.

Conforme o empresário, ao manter o mercado consumidor e achatar as margens de lucro, a Enoteca Decanter conseguirá segurar os preços por um período de aproximadamente dois meses; ou enquanto o dólar permanecer abaixo de R$ 2,25. "Será muito pior se perdermos clientes ao aumentar os preços e tivermos que investir em campanhas de publicidade para atraí-los de volta", justifica.

O gerente e sommelier da Royal Vinhos em Belo Horizonte, Antonio Guido, confirma que a valorização da moeda norte-americana impactou as importações. Ele afirma que também seu estabelecimento tem absorvido parte do aumento e não repassa o aumento nos preços aos clientes.


Estoque - Guido garante que poderá resistir e evitar um aumento de preços ao consumidor por um bom tempo. Na sua visão, conservar um bom estoque e ter um catálogo único no país é a maneira que a Royal Vinhos encontrou para manter os preços mesmo com a valorização do dólar.

Para o diretor da Casa do Vinho em Belo Horizonte, André Martini, oscilações na taxa cambial sempre causam algum abalo no mercado de vinhos importados. De acordo com o diretor, a Casa do Vinho absorve a alta do dólar e mantém os preços sem reajustes até certo patamar e por aproximadamente dois meses. "O momento é delicado e o mercado está instável", ressalta Martini, que acredita que esta situação de elevação da moeda norte-americana não vá durar muito tempo.

Com relação às vendas, existe uma diferença entre os estabelecimentos. Segundo, neste julho a demanda está aquecida. Ele acredita que as férias ainda não tenham afetado as vendas do seu negócio. "A segunda quinzena do mês costuma ser pior que a primeira", pondera o gerente ao destacar que o primeiro semestre do ano, com relação ao ano passado, foi bom para as vendas da Royal Vinhos. Se comparado ao ano passado, "o mês de julho deste ano também foi melhor", salienta Guido.

De acordo com Morais, as férias já repercutiram nas vendas da Enoteca Decanter. Ele admite que as vendas caíram um pouco. "Se por um lado o frio e a manutenção dos preços com a alta do dólar ajudam a vender mais, a temporada de férias provoca retração", destaca o diretor. (FR)

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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