Acordo tenta dobrar consumo de vinho nacional

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Acerto encerra polêmica sobre pedido de proteção contra a enxurrada de importados


Um acordo fechado sexta-feira em Brasília e detalhado na manhã desta segunda-feira em São Paulo encerra a polêmica sobre a possibilidade de barreiras para a entrada de vinho importado e tenta dar um novo impulso à bebida produzida no Brasil. Pelo acerto, as entidades ligadas à produção nacional retiram o pedido de salvaguarda encaminhado ao governo federal, enquanto supermercados e importadoras prometem esforços para aumentar o consumo do vinho nacional.

Dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) mostram que, de 2005 até o ano passado, a comercialização de vinhos finos importados no país praticamente dobrou, chegando a 72,6 milhões de litros. No mesmo período, no entanto, as vendas de vinhos finos gaúchos, que representam 90% da produção nacional, caíram de 21,9 milhões de litros para 19,5 milhões de litros.

O objetivo do acordo é elevar a comercialização de vinhos finos brasileiros a 40 milhões de litros até 2016. Para isso, os supermercados vão ampliar a oferta de produtos. Os rótulos nacionais, que conforme o Ibravin representam hoje 10% das garrafas disponíveis nas gôndolas, deverão ocupar um quarto de todo o espaço em quatro anos. As importadoras, por sua vez, vão ajudar principalmente pequenas vinícolas a distribuírem seus produtos nos maiores mercados consumidores. A meta é que, em 2016, o vinho fino brasileiro represente 10% das opções em lojas especializadas e restaurantes.

— Os importadores são canais de distribuição muito fortes — explica o diretor executivo do Ibravin, Carlos Paviani.

A polêmica sobre as salvaguardas reivindicadas pelas entidades ligadas ao vinho nacional ganhou força em março, quando chefs famosos e donos restaurantes do centro do país incitaram um boicote à bebida nacional devido ao pedido de proteção.



Veículo: Zero Hora


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