O governo de uma província remota no oeste da China investiga a Coca-Cola por acusações de que a empresa mapeou ilegalmente partes da região, em mais um episódio da escalada na guerra de palavras entre China e Estados Unidos sobre "ciberespionagem".
A Agência de Informações Geográficas de Pesquisas e Mapeamento de Yunnan acusou a empresa americana de estar "coletando ilegalmente informações sigilosas com equipamentos portáteis de GPS", de acordo com o site do governo de Yunnan.
A Coca-Cola informou que "cooperou integralmente" com a investigação e acrescentou que as engarrafadoras locais usam "sistemas de logística para os clientes, com base em localização e mapas eletrônicos que estão disponíveis comercialmente na China" para melhorar o serviço aos clientes e melhorar a eficiência.
"Os sistemas de logística aos clientes são amplamente usados em aplicações comerciais em muitos setores na China e no mundo", segundo a empresa. O governo de Yunnan informou que o caso da Coca-Cola é um dos 21 de supostas inspeções ilegais sob investigação na área, entre as quais há acusações de vendas ilegais de mapas militares sigilosos pela internet, fotografias aéreas por aeronaves não tripuladas e investigações ilegais de bases militares.
A agência não deu mais detalhes da investigação sobre a Coca-Cola, mas um funcionário que disse ter o sobrenome Han observou que a investigação acabaria logo. "Vamos anunciar os resultados quando estiver concluída", disse. "É um pouco delicado. Não sei como foi divulgado."
Pequim e Washington vêm aumentando o tom de suas acusações mútuas sobre ciberespionagem, com a Casa Branca convocando a China a dar "sérios passos" para interromper a invasão on-line de empresas americanas e discutir leis internacionais sobre o modo de agir no ciberespaço. Antes disso, a empresa americana Mandiant pela primeira vez relacionou a uma unidade militar chinesa, em Xangai, grandes ciberataques a empresas dos EUA. O jornal "The New York Times" noticiou que a própria Coca-Cola foi um alvo.
O ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jechi, negou as acusações de envolvimento militar nas invasões por hackers. "Qualquer um que tentar fabricar ou remendar uma história sensacionalista para servir suas motivações políticas, não conseguirá manchar o nome de outros nem limpar o próprio", disse no fim de semana.
Veículo: Valor Econômico