A Anheuser-Busch InBev (AB Inbev), cervejaria que foi acusada na semana passada de supostamente usar água em suas cervejas para vender volumes maiores e lucrar mais, respondeu ontem às afirmações com uma campanha publicitária nos grandes jornais dos Estados Unidos.
"Eles devem ter testado um destes", afirmam anúncios de página inteira, mostrando uma lata de água potável que a companhia doa para a Cruz Vermelha americana em casos de ajuda a desastres. "Nós não economizamos e não fazemos exceções. Nunca."
A publicidade apareceu em dez jornais, incluindo "The New York Times", "Los Angeles Times", "Chicago Tribune" e "Houston Chronicle", disse Terri Vogt, porta-voz da AB InBev em St. Louis (Missouri, EUA).
A companhia responde às ações judiciais abertas na semana passada por consumidores que alegaram que a empresa costuma adicionar mais água aos produtos finais para produzir cervejas de malte com um conteúdo de álcool menor que o mostrado nas etiquetas, violando estatutos governamentais de proteção ao consumidor. As reclamações foram registradas em Nova Jersey, Filadélfia e São Francisco.
A AB Inbev, com sede em Leuven, Bélgica, é a maior cervejaria do mundo e controla 39% do mercado de cervejas dos EUA.
"As queixas contra a Anheuser-Busch são completamente falsas, e os processos são infundados", afirmou Peter Kraemer, vice-presidente da unidade de preparação e fornecimento de cervejas, em nota divulgada no site em 27 de fevereiro.
Os anúncios da cervejaria são "clássicas negativas indiretas que completamente ignoram os méritos do nosso processo", disse Josh Boxer, advogado na Mills Advocacia em San Rafael, Califórnia, segundo um e-mail escrito ontem. A firma representa os autores do caso em São Francisco.
A AB InBev busca a aprovação do governo americano para comprar o restante do Grupo Modelo, a maior fabricante de cervejas do México, por US$ 20,1 bilhões. As marcas Modelo respondem por 7% do mercado dos Estados Unidos.
As ações da AB Inbev subiram 43%, para € 72,23, na bolsa de Bruxelas em 12 meses até 1º de março, ultrapassando a alta de 11% do índice BEL 20.
Veículo: Valor Econômico