A Ambev planeja investir R$ 3 bilhões em sua operação no Brasil em 2013, de olho na Copa do Mundo. Os aportes serão distribuídos por todo o País, na construção de novas fábricas e centros de distribuição, na ampliação de plantas, em desenvolvimento de novos produtos e na otimização logística e de produção.
Dentre as obras previstas, estão as novas fábricas, já anunciadas, em Minas Gerais e no Paraná, e a ampliação da capacidade de produção de bebidas em garrafas retornáveis de 300 ml e um litro de guaraná Antarctica. Também está planejada a adaptação de mais uma fábrica para a produção da cerveja Budweiser, a ser anunciada ao longo de 2013, dobrando a capacidade de produção da marca no País - desde novembro a Budweiser assumiu a liderança do mercado premium nacional, ultrapassando a rival Heineken.
"Nosso objetivo com esse aporte é criarmos condições de atender a demanda e estarmos preparados para fazer no Brasil a melhor Copa do Mundo do mundo. Contudo, esta previsão de investimentos de 2013 está sujeita à confirmação de um horizonte de crescimento, que depende, dentre outras coisas, da tributação incidente sobre o setor", diz o diretor-financeiro e de relações com investidores, Nelson Jamel.
A indústria de cerveja aguarda aumento de impostos em abril e outubro. No entanto, segundo a Ambev, aumentos reais do salário mínimo e níveis de desemprego baixos devem impactar positivamente a renda disponível. "Assim sendo, acreditamos que, dadas as perspectivas macroeconômicas atuais, a indústria de cerveja deve continuar a crescer em torno dos mesmos níveis de 2012", informou a empresa, em relatório.
O foco de crescimento da empresa no ano será em inovações de embalagem, de líquidos e no ponto de venda, maior disponibilidade de portfólio no norte e nordeste e iniciativas em garrafas de vidro retornáveis. Outra grande aposta é no avanço do segmento premium: "Um ano e meio atrás [agosto de 2010], por ocasião do lançamento da Budweiser, marcas premium respondiam por pouco menos de 5% do volume total da companhia. Passado esse tempo, fechamos 2012 com 6% do nosso volume, e a expectativa é chegar a 8% em três a cinco anos", diz Jamel.
O crescimento das categorias de maior valor agregado, o avanço da distribuição direta e os reajustes de preço devem impactar positivamente a receita líquida por hectolitro da empresa, que deve crescer "a um dígito alto". Contudo, há expectativa de aumento de custo de produção em cerveja, de "até dois dígitos baixos", devido ao avanço do preço de matérias-primas dolarizadas, fruto da desvalorização cambial. Em bebidas não-alcoólicas e não-carbonatadas é esperado o impacto das mudanças de tributação ocorridas em outubro de 2012, com crescimento do custo bpor hectolitro entre 17% e 19%. Segundo a Ambev, embora em janeiro as vendas tenham sido positivas, com o adiantamento de formação de estoques no varejo, devido ao Carnaval ser mais cedo, a antecipação dos festejos provoca um "encurtamento" das férias, reduzindo o consumo. Somado a isto, as condições meteorológicas ruins, com muita chuva, faz a empresa prever um primeiro trimestre "desafiador".
Resultados
No ano de 2012, a Ambev obteve lucro líquido de R$ 10,6 bilhões, num avanço de 22% sobre os R$ 8,7 bilhões do ano anterior. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 13,3% em relação à 2011, encerrando o período em R$ 15,6 bilhões.
As vendas no ano cresceram 2% em relação às de 2011, chegando a quase 170 milhões de hectolitros. A receita líquida de vendas aumentou 12,4%, somando R$ 32,2 bilhões. Em cerveja, o incremento foi de 1,9%, com 122 milhões de hectolitros vendidos, apesar do reajuste de 9,5% nos preços no ano, acima da inflação de 6%. Em não-alcóolicos e não-carbonatados o crescimento foi 2%, para 47 milhões de hectolitros. A categoria atingiu participação de mercado recorde no último trimestre do ano, de 18,1%.
Veículo: DCI