O preço do suco de laranja azedou de vez na Bolsa de commodities de Nova York. O primeiro contrato do mercado futuro recuou para US$ 1,34 por libra-peso (454 gramas), queda de 4,4% no dia e de 13% no mês.
Esse recuo se deve a vários fatores, porém o mais recente são os dados de retração de consumo nos Estados Unidos, onde a procura pelo produto teve forte queda nas últimas quatro semanas.
Apesar de produtores e indústrias brasileiros não darem muito crédito aos movimentos repentinos de alta e de baixa na ICE (a Bolsa de commodities de Nova York), considerando-os especulativos, o cenário não é favorável aos preços no momento.
Uma coisa é certa: o suco não tem motivos para alta. O estoque do Brasil localizado dentro e fora do país é correspondente a pelo menos sete meses de exportações.
E essa queda de consumo não ocorre apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa. Já na Ásia, não há o crescimento previsto.
No próximo ano, os preços devem ter uma acomodação. A produção da Flórida, principal produtor nos Estados Unidos, cai acima do previsto. Já a produção paulista, mesmo com o recuo deste ano, ainda está elevada.
A eliminação de pomares e a falta de tratos nos pomares nessa duas principais regiões produtoras deverão reduzir a oferta de laranja nos próximos anos.
Se houver uma pequena reação da demanda e a concretização de queda na produção, os preços do suco vão para cima.
Diante dessas incertezas, no entanto, muitos produtores vão deixar o mercado. Preços não remuneradores e aceleração de custos retiram a renda do campo.
Veículo: Folha de S.Paulo