As ações da SABMiller recuperaram-se da menor cotação em seis meses, depois de analistas terem reacendido as especulações de que a cervejaria era um possível alvo de compra da AB InBev. A Numis Securities começou a cobrir a SABMiller com recomendação de "compra".
Além desses rumores, investidores também estavam subestimando o valor das operações da cervejaria em países emergentes, como a Snow Breweries, parceira da SABMiller na China na qual possui fatia de 49%, segundo a Numis Securities. A China representa 25% do consumo mundial de cerveja e a Snow tem em torno de 25% desse mercado, embora a divisão tenha gerado apenas 3% do lucro da SABMiller neste ano, informou a corretora. Uma vez que a concorrência doméstica se estabilize, a China deverá se tornar um dos principais motores de crescimento da SABMiller, observou a Numis.
A antiga teoria de que a AB InBev tentaria comprar a SABMiller também justifica um prêmio pelas ações, acrescentou a Numis.
Embora as aquisições em 2012 da Foster's, pela SABMiller, e da Modelo, pela AB InBev, tenham aparentemente reduzido as perspectivas de uma fusão entre as cervejarias, é improvável que os administradores da AB InBev tenha desistido de "alcançar uma liderança internacional dominante" por meio de uma oferta pela SABMiller, disse a Numis Securities.
O preço-alvo da corretora para as ações da SABMiller é de 37 libras esterlinas. Ontem, os papéis fecharam em alta de 2,8%, cotados a 30,94 libras. Nos últimos 30 dias, a cotação caiu quase 18%, afetada pelas desvalorizações do rande sul-africano e do peso colombiano, que reduziram as expectativas de lucro.
Não é de hoje que analistas do setor de cerveja esperam um grande negócio envolvendo SABMiller e AB InBev. Em maio de 2011, alguns previam que a união das duas pudesse ocorrer, o que resultaria em uma empresa que poderia controlar cerca de um terço do mercado mundial de cervejas. "A aquisição da SABMiller, combinando dois importantes atores no setor, que há muito tempo consideramos como um desfecho lógico para a ABI, agora parece viável", escreveu, na época, Eddy Hargreaves, da Collins Stewart, em relatório que analisava as chances desse negócio. (Tradução de Sabino Ahumada)
veículo: Valor Econômico