Caso seja alcançada, indústria de bebidas registrará expansão de 40%.
Nem mesmo o desaquecimento da economia, provocado pela crise de liquidez, impediu que a mineira Globalbev Bebidas e Alimentos Ltda, fabricante e distribuidora do isotônico Marathon e do energético Flying Horse, vendesse 50% a mais no último trimestre de 2008 na comparação com o mesmo período de 2007. Os bons resultados no período garantiram à empresa faturamento de R$ 50 milhões no ano passado, o que representou 25% de crescimento sobre 2007, quando a empresa movimentou R$ 40 milhões.
Para 2009, a meta é alcançar receita de R$ 70 milhões, expansão de 40% sobre 2008. Caso a estimativa se concretize, a produção de 20 milhões de unidades de isotônicos e energéticos pode ter acréscimo proporcional ao aumento das vendas. "O percentual de potencial fabril cresce conforme a demanda", informou o diretor executivo, Bernardo Lobato Fernandes.
Segundo ele, a previsão é de que os produtos sejam inseridos em até 40 mil novos pontos de venda no Brasil. "Por dia, colocaremos as bebidas em 100 padarias em todos os estados do país. A ideia é aumentar em 50% o número de revendedoras", disse. Minas continuará respondendo por 15% da fatia dos negócios da Globalbev, conforme Fernandes. "Apesar de atuarmos de forma pulverizada, o Estado ainda é nosso melhor mercado."
A fábrica responsável pela produção dos energéticos e isotônicos está localizada no interior de São Paulo, próximo a Campinas, no município de Leme. Sobre a escolha pelo território paulista, o executivo foi enfático. "Desde o começo, a fábrica já era lá e continuou apenas por questão de logística", explicou. Hoje, o terreno ocupado é de 20 mil metros quadrados, onde trabalham 300 funcionários terceirizados.
Terceirização - Ainda conforme o diretor, a fábrica funciona somente para atender à demanda da Globalbev, através de uma parceria em modelo de envasamento terceirizado. Ele não descartou a possibilidade de uma unidade fabril em Minas. "Talvez no futuro", revelou. Hoje, a sede administrativa funciona em Belo Horizonte, no bairro São Francisco, na Pampulha. "Em todo o país, temos 150 funcionários diretos", revelou.
Segundo o diretor comercial da Globalbev, Guilherme Gama, dezembro e janeiro apresentam incremento de 30% a 40% nas vendas. "Essa média já está sendo notada, pois o consumidor continua comprando, mesmo em um cenário de incertezas. Na verdade, não fomos em nada afetados pela crise", afirmou Gama. Para o empresário, 2008 começou com aumento de 10% nas vendas e, curiosamente, fechou com 50% de acréscimo, justamente quando a crise estourou.
No entanto, o executivo reconheceu a possibilidade de queda no consumo. Por outro lado, afirmou que a Globalbev está imune a efeitos negativos. "Nosso projeto de expansão da cobertura compensará qualquer diminuição no consumo e na margem de lucro", destacou. Para ele, a missão central para 2009 é dar maior visibilidade comercial ao produto. "Não consigo imaginar como alguém deixará de comprar um energético por causa da crise."
Sobre o otimismo, Fernandes explicou que o consumidor pode evitar alguns gastos maiores, como aqueles com eletroeletrônicos, mas não deixará de usufruir de pequenos prazeres. "Claro que existe preocupação, mas os números do final do ano já provaram que as pessoas continuam consumindo bebidas e alimentos", disse.
Importação - A Globalbev também trabalha com importação de bebidas alcoólicas, como vinhos italianos, chilenos e argentinos e a vodca russa Stolichnaya, responsáveis por 20% da receita da empresa. No entanto, o energético Flying Horse e o isotônico Marathon representam 80% do faturamento anual. "Apesar de atuar com produtos importados, o grupo está focado, neste ano, no mercado nacional", disse o diretor.
Os produtos são voltados para as classes A e B e cerca de 70% das vendas permanecem direcionadas ao Sudeste do país. Com a ampliação em todo território nacional, a tendência é de que o percentual se dissolva e que as classes C e D entrem neste mercado com mais força. Para isso, algumas ações para atender a esse target já estão sendo desenvolvidas.
Segundo Fernandes, não há um investimento de grande porte específico para 2009. Quanto ao mix oferecido, também não há novidade prevista. "Vamos manter os mesmos produtos, para que se consolidem cada vez mais", completou.
Veículo: Diário do Comércio - MG