A Kirin Holdings, uma das maiores produtoras japonesas de cerveja e outras bebidas, ganhou direitos de negociação exclusiva para comprar uma participação de até 43,25% na San Miguel Brewery, um acordo que poderia envolver mais de US$ 1 bilhão.
A transação chega na seqüência de aquisições de empresas no valor de 440 bilhões de ienes (US$ 4,9 bilhões) promovidas pela Kirin, segunda maior fabricante de cerveja do Japão, atrás apenas da Asahi.
O grupo comprou, em 2007, a National Foods, da Austrália, por 220 bilhões de ienes e, mais recentemente, a Dairy Farmers, também australiana, por 56 bilhões de ienes, mostrando apetite inabalado por aquisições, especialmente, no exterior. No Japão, adquiriu participação de 50,1% na Kyowa Hakko, dos setores de alimentos e químico, por 170 bilhões de ienes.
A Kirin, atualmente dona de 20% da San Miguel Corp, controladora da San Miguel Brewery, anunciou que pretende comprar o quanto conseguir da maior cervejaria filipina. A San Miguel sustenta que pretende manter participação majoritária em sua cervejaria.
As negociações ocorrem em meio aos planos da San Miguel para adquirir participações em duas das maiores empresas de energia das Filipinas - Manila Electric e a refinaria Petron - dentro de sua mudança estratégica de operações. O grupo pretende expandir-se além do setor de alimentos e bebidas em direção à indústria pesada, incluindo as áreas de mineração, energia e infra-estrutura.
A San Miguel Brewery, com participação de 95% no mercado de cerveja filipino - listou 5% de suas ações em uma oferta pública inicial no ano passado. A cervejaria é a maior subsidiária do grupo, tendo respondido por 35% das vendas totais em 2007.
Edgar Bancod, diretor de análise da corretora ATR Kim Eng Securities, em Manila, observou ontem que o acordo com a Kirin, somado aos esforços para expandir-se ao setor de energia, poderiam tornar o grupo uma empresa muito mais diversificada.
O mercado japonês de alimentos e bebidas vem encolhendo. As vendas de cerveja estão em queda desde 1994 e em 2008 caíram para 482,68 milhões de caixas, menor número desde que os registros passaram a estar disponíveis, em 1992.
Veículo: Valor Econômico