A Anheuser-Busch InBev NV (AB InBev), a cervejaria belga que comprou sua maior concorrente americana em 2008, deverá transferir sua sede para Nova York e registrar ações na bolsa da cidade, a fim de concentrar-se no mercado dos EUA, o mais lucrativo do mundo, disseram analistas.
A AB InBev anunciou que vai passar a divulgar os resultados em dólares, a partir deste trimestre, de modo a refletir a importância cada vez maior dos EUA. A aquisição da Budweiser e da Bud Light, da americana Anheuser-Busch, as duas cervejas mais vendidas nos EUA, transforma o país atualmente em fonte de mais de 40% de seus lucros, disse a empresa.
Em janeiro a cervejaria, a maior do mundo, tinha dito que abriria escritório em Nova York, para onde deslocaria alguns dirigentes a partir de Leuven, na Bélgica, e onde as raízes da empresa remontam ao século 14.
Anthony Bucalo, analista do Credit Suisse Group, disse que a InBev quer perfil mundial semelhante ao da Procter & Gamble ou da Coca-Cola, e isto significa que Nova York vai acabar tornando-se o centro operacional da empresa. "Eles têm grandes planos", disse Bucalo, em Londres. "Leuven não é ímã para o talento. Em Nova York, eles têm acesso a todos os talentos de que necessitam", afirmou.
O escritório de Nova York vai realizar o gerenciamento de rotina das atividades nos EUA, disse Marianne Amssoms, porta-voz da empresa, em comunicado divulgado por e-mail. "Leuven é e continuará sendo a cidade de origem de nossa sede mundial, centro de tomada de decisões estratégicas e escritório principal", disse ela. Os dividendos continuarão a ser fixados em euros, disse a AB InBev.
A empresa é controlada por executivos brasileiros e famílias belgas cujos antepassados fundaram cervejarias locais.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ