O Lotte Group, conglomerado de varejo da Coreia do Sul que vem sendo considerado favorito para adquirir a unidade Oriental Brewery da Anheuser-Busch InBev, entrou para a segunda rodada de propostas pelo ativo depois de ser tirada do processo por um curto período de tempo.
Pessoas familiarizadas com a situação afirmam que a Lotte vai agora disputar com três grupos de private equity que estão participando da segunda rodada - Kohlberg Kravis Roberts, fundo dos Estados Unidos especializado em aquisições, e dois fundos focados na Ásia, o MBK Partners e o Affinity Equity Partners.
As três firmas de private equity emergiram como líderes inesperadas na disputa quando a AB-InBev, maior fabricante de cerveja do mundo, classificou a oferta inicial da Lotte como baixa demais. Mas pessoas a par da situação acreditavam que a Lotte poderia voltar à disputa se a AB-InBev sentisse que ela havia apresentado deliberadamente uma proposta inicial mais baixa, mas que estava disposta a pagar mais.
A Lotte a as firmas de private equity conduzirão as devidas diligências antes de fazerem novas ofertasa até o fim da semana que vem. Acredita-se que as propostas iniciais não vinculadas deverão ficar na casa dos US$ 1,5 bilhão, menos que a avaliação da AB-InBev para a unidade, de US$ 2 bilhões.
Os grupos de private equity estão negociando a obtenção de financiamentos consignados, que terão de ser detalhados como parte da segunda rodada de propostas. Um negociador disse: "Não é certo que os grupos de private equity conseguirão financiamentos nos termos exigidos".
A Oriental Brewery tem uma das duas licenças para a produção de cerveja na Coreia do Sul e possui uma participação de mercado de 40%. A imprensa local informou recentemente que o governo poderá conceder uma terceira licença, medida que provavelmente deixará preocupados os interessados na Oriental.
A Lotte já distribui uísque e soju, um licor local, e analistas afirmam que a aquisição da Oriental reforçaria seu mix e permitiria obter sinergias muito maiores do que os grupos de private equity.
A InBev adquiriu a Anheuser-Busch por US$ 52 bilhões em 2008 e decidiu que as operações coreanas não eram essenciais à sua estratégia. Entretanto, negociadores acreditam que a venda ocorrerá só se a InBev receber uma oferta suficientemente interessante.
O JP Morgan e o Deutsche Bank, dois dos consultores da InBev na aquisição da Anheuser, estão supervisionando o processo de venda da Oriental, segundo fontes do setor. Os bancos de investimento e as firmas de private equity não quiseram fazer comentários.
A AB-InBev também está trabalhando na possível venda de uma série de outros ativos, incluindo empresas de entretenimento e de embalagens. No entanto, a oferta de direitos de subscrição de ações feita pela InBev em dezembro e a fixação dos preços de sua emissão de bônus de US$ 5 bilhões em janeiro poderão ajudar a companhia a reduzir a dívida com a compra da Anheuser, o que eliminaria parte das pressões para a venda rápida de ativos.
Veículo: Valor Econômico