Apesar da demanda menor, Modelo diz que Corona continuará cara

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A cervejaria Modelo, do México, vai manter o preço da marca Corona este ano, mesmo com a queda das vendas, disse ontem o presidente-executivo da companhia, Carlos Fernandez.

 

"A estratégia de preços está ligada à imagem da marca", disse Fernandez em entrevista concedida na semana passada, na Cidade do México. A Corona, a cerveja importada mais vendida nos Estados Unidos, está posicionada como uma cerveja premium num ambiente econômico difícil, disse ele. "Continuaremos sendo uma cerveja cara."

 

A produção da Corona caiu 4,6% no ano passado, para 7,94 milhões de hectolitros, em relação aos 8,33 milhões de hectolitros produzidos em 2007. A participação da marca no mercado cervejeiro americano caiu de 3,8% em 2007 para 3,6%, segundo a publicação setorial "Beer Marketer´s Insights".

 

A Modelo aumentou o preço da Corona nos Estados Unidos em 7% em 2007, um reajuste que não foi seguido pelos concorrentes, disse o analista do JP Morgan Chase Alan Alanis em um relatório divulgado ontem.

 

A Corona custa mais caro que a maioria das cervejas domésticas e importadas, mas ela não vem revelando sinais de fadiga da marca em estudos feitos junto ao consumidor, disse Fernandez.

 

A Corona superou a principal marca da holandesa Heineken como a cerveja importada mais vendida nos Estados Unidos em 1997. O reconhecimento de marca e a preferência do consumidor continuam aumentando nos testes, disse ele. "Será um ano de grandes desafios, considerando que a Modelo posiciona suas marcas como premium no segmento de importados", disse Fernandez.

 

O Grupo Modelo, baseado na Cidade do México, é dono de três das marcas importadas de cerveja mais vendidas nos Estados Unidos e vai aumentar os investimentos naquele mercado, afirmou Fernandez. Segundo ele, a propaganda não vai mudar.

 

No ano passado, as exportações de cerveja do Grupo Modelo cresceram 0,6% para 16 milhões de hectolitros, depois de um aumento de apenas 0,3% em 2007. As exportações cresceram 16% em 2006 e 12% em 2005.

 

A Anheuser-Busch InBev está enfrentando a Corona diretamente com a Bud Light Lime, um cerveja voltada para o mesmo segmento de mercado da Corona, que é frequentemente servida com uma fatia de lima-da-pérsia. A AB-InBev controla cerca de metade do Grupo Modelo.

 

Lançada no ano passado, a Bud Light Lime "vem sendo um grande sucesso e está tomando participação de mercado da Corona, em grande parte devido ao preço mais baixo e um pesado apoio de marketing de suporte da marca", diz o analista Alanis do JP Morgan. Não é a primeira vez que um concorrente "enfrenta a Corona cara a cara", comentou Fernandez. "A Corona é completamente diferente", diz. (Tradução de Mario Zamarian)

 

Veículo: Valor Econômico


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