Representantes dos maiores produtores de citros da Flórida investigam se uma ou mais processadoras de suco de laranja do Brasil estão colocando produto no mercado norte-americano abaixo do preço de custo, prática conhecida como dumping. Segundo fontes do mercado, corre na indústria norte-americana o boato de que pelo menos uma empresa brasileira tem vendido grandes volumes de suco no mercado físico - ao mesmo tempo que os preços futuros da commodity encontram-se no menor nível em anos.
A atuação despertou desconfianças, já que os produtores da Flórida são há anos ameaçados pelo suco brasileiro, mais barato. "Neste momento, tudo que eu posso dizer é que nós estamos investigando o preço baixo de algumas importações", disse Fran Becker, presidente do Florida Citrus Mutual (FCM). Becker também é vice-presidente da trading Peace River Citrus Products. O FCM representa cerca de 8 mil produtores de citros da Flórida. Uma de suas principais funções é proteger seus membros contra práticas comerciais injustas. Na Flórida, o setor gera uma receita da ordem de US$ 9,3 bilhões.
Em 2005, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos e a Comissão de Comércio Internacional lançaram medidas antidumping contra várias empresas brasileiras, mas pelo menos uma companhia, agora sob investigação, não estava na lista.
Entre as empresas punidas estavam Sucocítrico Cutrale, Citrosuco (que agora pertence ao grupo Fisher) e o Grupo Montecitrus. Elas foram acusadas de embarcar suco para os EUA com descontos que variavam de 10% a 60% sobre o preço de exportação. "Monitoramos a situação olhando para todo mundo", disse Andrew Meadows, porta-voz do FCM.
Veículo: DCI