Diageo sente efeitos da crise nos países emergentes

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Os mercados mais resistentes na América Latina, África e Oriente Médio da Diageo, a gigante mundial do setor de bebidas, começam a sentir os efeitos da desaceleração econômica global, anunciou ontem o presidente de divisão internacional da companhia, Stuart Fletcher.
"Em fevereiro dissemos que, com relação ao resto do mundo, não havíamos visto um impacto significativo do revés econômico global", disse Fletcher em entrevista. "No momento dizemos que começamos a perceber que haverá um certo impacto no segundo semestre", acrescentou.

 

A divisão internacional, que compreende os negócios na América Latina, África, Oriente Médio e Global Travel, responde por 24% das vendas do grupo da Diageo e foi responsável por metade do crescimento no lucro da companhia nos primeiros seis meses de seu ano fiscal. A Diageo é a maior fabricante mundial de bebidas alcoólicas, sendo dona de marcas que incluem o uísque Johnnie Walker, a vodca Smirnoff e a cerveja Guinness.

 

Embora a África seja menos afetada pela crise bancária mundial do que outros mercados, o crescimento ali no momento desacelera, informou Fletcher, com as pressões sobre a África do Sul começando a surgir, o Quênia enfrentando níveis crescentes de inflação e a Nigéria sentindo o impacto da volatilidade monetária. "A África é a região menos afetada. Simplesmente trata-se de um investimento melhor do que, digamos, a Europa", explicou Fletcher.

 

América Latina

 

Já a América Latina é atingida por desvalorizações monetárias, embora o México e a Venezuela permaneçam bons mercados. A América Latina é um amplo mercado de importações para a Diageo e está particularmente exposta às flutuações monetárias.
O segmento varejista de viagens é atingido pelo maior impacto, informou Fletcher, com uma queda vertiginosa no número de passageiros em aeroportos.

 

O executivo disse não estar preocupado com a queda nos volumes da divisão no primeiro semestre do ano, e espera uma melhora muito pequena no segundo semestre. Os volumes recuaram 2% de julho a 31 de dezembro do ano passado, embora tanto as vendas quanto o lucro operacional tenham avançado 11%. "Estamos cientes de que não se faz um negócio avançar sem crescimento de volume. Caso os volumes recuem de novo em 2010 ficarei preocupado," admitiu Fletcher.

 

"Os consumidores da classe A não foram afetados. Vendemos para as Classes A e B, não para a C ou D." As vendas de uísques escoceses mais baratos na América Latina foram afetadas, acrescentou, embora isso tenha sido em parte devido à política da Diageo de elevar os preços a fim de "sofisticar" as marcas.

 


Veículo: Gazeta Mercantil


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