A cerveja está tirando consumidores de outros tipos de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos e o vinho americano está avançando sobre a fatia de mercado dos importados por causa da recessão econômica, segundo duas pesquisas realizadas com consumidores e com a Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo.
"Às vezes, imagina-se que as bebidas alcoólicas não são afetadas pela recessão, mas temos observado evidências significativas de mudanças nos hábitos de compra e nas refeições", disse Danny Brager, vice-presidente da Nielsen, que pesquisou 5 mil consumidores de bebidas alcoólicas nos EUA. As pessoas estão comprando pacotes maiores, mais bebidas nacionais e estão menos inclinadas a experimentar novos produtos, disse.
"Estamos, sem dúvida, vendo que alguns consumidores estão mudando para a categoria das cervejas, o que é bom para nós. E, dentro da categoria das cervejas, estão substituindo as importadas e especiais pelas mais comuns", disse Carlos Brito, principal executivo da Anheuser-Busch InBev, fabricante da Budweiser. As margens de lucro vão "expandir em um ambiente de preços muito saudável nos EUA", disse. Brito, porém, se recusou a discutir os preços das commodities.
Na pesquisa realizada pela Nielsen, 24% dos participantes disseram que, quando as condições econômicas melhorarem, vão aumentar os gastos com vinho e 18% declararam que vão gastar mais com cerveja.
Entre os adultos americanos que bebem bebidas alcoólicas, 67% consumiam cerveja, segundo pesquisa da Harris Interactive com 2,4 mil entrevistados. Isso representa um aumento em relação aos 62% apurados em pesquisa realizada há três anos. Ainda de acordo com a pesquisa, 49% dos consumidores consultados disseram beber vinho nacional e 29% vinho importado.
Veículo: Valor Econômico