Cade aprova compra da Matte Leão Júnior pela Coca-Cola

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade e com restrição, a compra da fabricante brasileira de bebidas Matte Leão Júnior pela Coca-Cola. A multinacional norte-americana terá de se desfazer da marca Nestea de chás prontos. Nesse segmento de bebidas não alcoólicas, o Cade considerou que há sério risco à concorrência, devido ao fato de as marcas Nestea e Matte Leão serem duas das principais líderes do mercado, e por isso determinou que a Coca-Cola venda para uma terceira empresa a marca de sua propriedade.

 

Os conselheiros analisaram que o segmento de chás prontos tem como fator fundamental para o seu efetivo funcionamento competitivo a rede de distribuição do produto. Atualmente, a Coca-Cola e a Pepsico, que é da AmBev e dona da marca de chás Lipton, são as empresas com rede de distribuição mais estruturada. Os bares foram avaliados pelo Cade como essenciais para a experimentação dos consumidores de novas marcas, o que é fundamental para que elas possam se consolidar numa concorrência

 

“Essas características inviabilizam a entrada de novos competidores nesse segmento e, dessa forma, a venda de uma das marcas já conhecidas é o que permite solucionar as preocupações do Cade com a concorrência”, disse o conselheiro Carlos Ragazzo.

 

Ele esclareceu que a Coca-Cola concordou em pôr fim à associação (joint venture) que tinha com a Nestlé para produção e comercialização no Brasil da marca de chás prontos Nestea. Agora, a Nestlé terá que optar em manter sozinha a marca no país ou buscar outro parceiro para se associar. Com essa saída, o Cade acredita que o mercado de chás prontos se manterá em competição. Se as marcas Nestea e Matte Leão permanecessem em poder da Coca-Cola, o conselho entende que se criaria um monopólio ou, no máximo, um duopólio, já que a única outra marca existente com possibilidade de disputar o mercado é a Lipton, da Pepsico.

 

Banco do Brasil

 

O Cade aprovou, sem restrições, a incorporação do Banco do Piauí pelo Banco do Brasil. A operação foi fechada em novembro de 2008 e os conselheiros entenderam que não há risco à concorrência, já que praticamente no interior do estado do Piauí a política do governo é utilizar bancos públicos para permitir o acesso à rede bancária da população de baixa renda. O Cade considerou que é baixa a possibilidade de exercício de poder de mercado pelo BB, nessa região, justamente devido à renda da população.

 

Veículo: Correio Braziliense


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